No próximo ano, os brasileiros irão às urnas não só para decidir o próximo presidente da República como também os rumos sociais e democráticos da nação
por Jorge Simino Junior em 22/03/21 15:53
Nas eleições presidenciais, em 2022, o embate central não será entre direita e esquerda; será sim entre civilização e barbárie.
Neste ponto o argumento poderá parecer exagerado, mas lembremos os traços básicos da barbárie, quais sejam: 1) a negação do outro pelo simples fato de ser o outro – o que na instância política significa que não existem adversários e sim inimigos; 2) o exercício cotidiano da violência e 3) a barbárie não tem limites – os exemplos históricos mostram isso.
Joachim Fest, no prefácio da sua biografia sobre Hitler escreveu (pagina 22 do volume I): “Ele [Hitler] e seu regime foram definidos como um choque cultural. A definição é muito fraca: Hitler perpetrou uma obra de destruição colossal, chegando ao extermínio de homens, cidades, países, além de valores, tradições e estilo de vida. Mas o seu legado de consequência mais grave consiste no horror do que o homem é capaz de fazer com outro homem”.
Aqui é adequado relembrar dois aspectos. Nos trezentos anos que precederam o surgimento do nazismo (1919), a cultura alemã produziu nomes como: Leibniz, Gauss, Euler, Hilbert, Einstein, Planck, Bach, Beethoven, Hegel, Kant, Marx, Weber, Goethe, Mann entre outros. Assim, temos a lição número um: quem produziu o melhor também pode produzir o pior. Segundo, durante muitos anos, Hitler foi tratado como uma figura “patética” e o resultado todos conhecem. Lição número dois: não se deve subestimar a barbárie.
Dentro dessa circunstância – uma disputa entre civilização e barbárie -, cabe a pergunta: qual o papel que o ex-presidente Lula deveria desempenhar na disputa eleitoral do próximo ano? Dois caminhos podem ser delineados. No primeiro, o ex-presidente se apresenta como candidato tentando atrair em torno de seu nome a maior parte das forças que se opõe à barbárie. No segundo caminho, o ex-presidente não postula uma candidatura e usa a sua incomparável capacidade de comunicação para auxiliar aquele conjunto de forças em defesa do processo civilizatório.
As forças democráticas, à direita e à esquerda, devem urgentemente mostrar que compreendem o momento político e demonstrem, de forma cabal, que o compromisso maior deve ser a derrota da barbárie.
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