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Troca na Defesa pode ter sido “tentativa de golpe” de Bolsonaro, diz estudioso

Professor da UFSC avalia que Fernando Azevedo e Silva pode ter deixado o cargo por oposição a pedido autoritário

por Thales Schmidt em 31/03/21 09:18

A renúncia conjunta dos comandantes das Forças Armadas nesta terça-feira (30) representa uma crise “sem precedentes” para o Brasil, avalia o professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Lucas Pereira Rezende. Estudioso de temas de Defesa e das Forças Armadas, Rezende diz que a saída do cargo de ministro da Defesa de Fernando Azevedo e Silva pode ter sido causada por um pedido inconstitucional de Jair Bolsonaro (sem partido).

“Algo muito grave aconteceu ali, muito provavelmente Bolsonaro pode ter tentado, inclusive, dar um golpe de Estado, pode ter chamado as Forças Armadas para algo tão absurdo que motivou a saída de toda a elite das Forças Armadas”, diz Rezende ao Almoço do MyNews.

Na nota em que anunciou sua saída do governo, Silva destacou que preservou “as Forças Armadas como instituições de Estado”.

Mesmo com as recentes baixas e mudanças, o professor da UFSC destaca que os militares seguem fazendo parte da política por meio de milhares de cargos no governo federal.

“Qual é o problema dos militares participarem da política? Se eles estivessem nos quartéis e tivesse acontecido alguma coisa do tipo, eles, lá dos quartéis, falariam ‘não, a gente não vai participar’ e isso não se tornaria uma grande crise. No entanto, os militares são um dos sustentáculos do governo Bolsonaro. Se os militares agora resolvem sair da política, eles tiram esse sustentáculo e o que a gente está vendo na declaração dos parlamentares é justamente isso, o governo desmorona”, diz Rezende.

O pesquisador relembra a publicação no Twitter do então comandante do Exército Eduardo Villas Bôas em 2018. Enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF) decidia sobre um pedido de habeas corpus do ex-presidente Lula (PT), Villas Bôas escreveu, junto com o Alto Comando das Forças Armadas, um recado que foi uma tentativa de constranger o Supremo, avalia o professor da UFSC.

Rezende especula três possíveis cenários para a crise instaurada: No primeiro, Bolsonaro acusa os militares dissidentes de “comunistas”, pede ajuda de milicianos, policiais militares e de setores radicalizados das Forças Armadas para dar um golpe “no sentido mais clássico”; no segundo, o presidente estabiliza a situação colocando “fantoches” nos cargos, consegue com que os militares cumpram suas ordens e instaura um “golpe velado”; já o terceiro cenário seria as Forças Armadas retirarem Bolsonaro do poder, como ocorrido no início da última ditadura brasileira. “Amanhã é aniversário do Golpe de 1964”, diz Rezende.

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