Representante dos prefeitos compara Bolsonaro à Dilma: falta preparo

O presidente da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), Jonas Donizette, criticou a falta de liderança do presidente Jair Bolsonaro no enfrentamento à pandemia do coronavírus. Em entrevista ao Café do MyNews, Donizette comparou o mandatário à ex-presidente Dilma Rousseff no que se refere ao preparo que ambos tinham antes de chegar ao cargo. O representante dos prefeitos rebate ainda às críticas pelas restrições impostas aos templos religiosos: “não estamos cerceando a fé de ninguém”

“Uma pessoa para chegar à Presidência da República, tem de estar preparada para uma crise. Claro que ninguém imaginava uma crise dessas proporções, mas a verdade é que não temos um líder político preparado para isso”, afirmou.

Para Dozinette, Bolsonaro não tinha preparo para o cargo quando assumiu a Presidência da República e o compara à ex-presidente Dilma Rousseff. “Enquanto estava tudo bem, foi tudo bem. Na hora que começou uma crise, ela não tinha estofo político para lidar com aquilo. Veja, são personalidades totalmente diferentes, muito diferentes, mas estou falando de preparo”.

O representantes dos prefeitos lembrou ainda que, durante a campanha, Bolsonaro dizia que todos saberiam os nomes dos seus ministros da Saúde e da Educação porque seriam sumidades no assunto. No entanto, o governo já está no quarto ministro da Saúde e, na avaliação de Donizette, caminha para uma situação parecida à do ex-presidente Fernando Collor no final de sua gestão.

A FNP entrou como amicus curiae no processo relatado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Kássio Nunes sobre a realização de reuniões em templos religiosos. No sábado, Nunes liberou as cerimônias em todo o país e ainda cobrou o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, a seguir sua determinação. Donizette defende a autonomia dos gestores locais para decidir sobre as medidas de contenção e ressalta que as igrejas seguem abertas. “É claro que todos nós gostaríamos de estar com a rotina normal, e as igrejas também. Porém as circunstâncias nos impõem essas restrições”, pondera.

Sobre as decisões contrárias na Justiça, Donizette defende a consulta aos gestores municipais. “O Judiciário pode se manifestar, mas é importante ouvir os argumentos do Executivo local, porque nenhum prefeito quer fechar nada. Posso garantir. O prefeito quer ver a cidade cheia, quer ver o comércio movimentado. Não é só o presidente Bolsonaro que está preocupado com isso”, declarou.