Substituto de Ernesto Araújo destacou a crise sanitária, econômica e ambiental em seu discurso de posse
por Fernanda Oening em 07/04/21 21:33
O novo ministro das Relações Exteriores, Carlos Alberto Franco França, pode colocar a diplomacia brasileira de volta nos trilhos, acredita o diplomata e ex-embaixador Marcos Azambuja.
França tomou posse na terça-feira (6) em evento fechado, sem a participação da imprensa e sem transmissão ao vivo. Em seu discurso, o ministro afirmou a importância do diálogo na sua área e disse ser “um construtor de pontes”. Ele substituirá Ernesto Araújo, defensor da suposta tese de um globalismo e crítico contumaz da China.
Durante o seu pronunciamento, o chanceler destacou três urgências a serem combatidas pelo Governo com o auxílio do Itamaraty: a sanitária, a econômica e a ambiental. Ela também lembrou que o Brasil sempre teve papel relevante no diálogo multilateral como método diplomático.
“Um discurso, de certa maneira, exemplar, porque volta a colocar o Brasil em diálogo com o mundo. O Brasil volta a ter a linguagem que se espera dele: racional, moderada e construtiva. O discurso me deu a melhor impressão e eu desejo que seja o início de um novo ciclo”, diz Azambuja ao MyNews.
Embaixador do Brasil na França e Argentina, Azambuja considera o discurso do novo ministro como “breve, construtivo e que usa a linguagem que a diplomacia brasileira sempre soube empregar”. Ele afirma que está confiante que o Itamaraty volte “aos trilhos” e à racionalidade para lidar com o restante do mundo.
Já o cientista político e professor de relações internacionais da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) Mauricio Santoro destaca que o novo ministro fez um discurso positivo, mas tem dúvidas quanto à possibilidade de França colocar em prática o que foi dito.
“Combater a pandemia, modernizar a economia fazendo o país voltar a crescer e lidar com a questão climática. Mas, há uma distância grande entre este discurso que foi muito bem escrito e o que é, hoje, a conjuntura política do país. E a grande pergunta é se o ministro, que não tem força política própria, teria condições de, realmente, implementar essa mudança na diplomacia ou se ele estará muito suscetível àquilo que o presidente e seus filhos querem fazer”.
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