Em entrevista ao Segunda Chamada, governador fala sobre ligação entre Kajuru e o presidente, união das esquerdas e 2022
por Thales Schmidt em 12/04/21 20:05
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), avalia que Jair Bolsonaro (sem partido) tentou “emparedar” o Supremo Tribunal Federal (STF), governadores e o Senado em sua ligação com Jorge Kajuru (Cidadania-GO) e tenta fazer a população “esquecer” quem é o presidente da República.
Kajuru divulgou ligação em que discute com o presidente da República sobre a CPI da Pandemia. Na conversa, Bolsonaro defende que o senador trabalhe pelo impeachment de ministros do Supremo e pede que governadores e prefeitos também sejam investigados pela CPI.
“Veja que nesse telefonema com o senador Kajuru ele se dedica a uma trama contra os ministros do Supremo porque isso [CPI] realmente quebra essa tática que ele vem adotando de fingir que não é o presidente. É uma coisa curiosa porque ele é o comentarista do cercadinho, ele vai em um ou outro evento de menor relevância e passeia de jet ski na praia”, diz o governador maranhense ao Segunda Chamada do MyNews.
Dino afirma que o Brasil é o “único planeta do mundo” em que governadores lideram o esforço de combate à pandemia. “Alguém já viu algum governador de algum estado da Alemanha falando sobre isso? Não, quem fala é a [chanceler] Angela Merkel.”
O governador do Maranhão acredita que “nada pode ser pior que Bolsonaro no governo” e, portanto, não acredita na tese de que um impeachment atrapalharia os esforços do país no combate à pandemia de covid-19. Para reforçar seu argumento, cita os Estados Unidos e a eleição do democrata Joe Biden.
“Se Rodrigo Maia tivesse aprovado o impeachment um ano atrás, o Brasil hoje estaria em melhores condições. É só olhar os Estados Unidos, Trump versus Biden, é só pegar a curva epidemiológica dos EUA, é só olhar o ambiente de serenidade e racionalidade que o Biden estabeleceu”, avalia Dino.
O governador ainda cita outro episódio dos Estados Unidos: a invasão do Capitólio por apoiadores de Donald Trump, que se recusou a reconhecer sua derrota nas eleições presidenciais. Dino afirma que o episódio em Washington é um “ensaio do que essa gente quer fazer no Brasil” com a expansão das milícias, do armamento e o uso político das policias militares.
Dino defende a união entre centro e esquerda nas próximas eleições presidenciais, no primeiro ou no segundo turno, e diz que segue apostando no diálogo e tem interlocução com Luciano Huck, Rodrigo Maia e Fernando Henrique Cardoso.
O governador destaca que o cenário mais provável hoje é um segundo turno entre “o lulismo e Bolsonaro” e que o centro só terá alguma chance de emplacar caso abandone o presidente.
“Esse dito centro tem alguma chance se a elite toda desembarcar do Bolsonaro porque uma parte do empresariado e dos mais ricos continua sustentando o bolsonarismo. Se esses segmentos continuarem com Bolsonaro, o dito centro vai ser pulverizado, não vai conseguir se firmar como alternativa”, avalia.
Dino também é descrente das chances de Ciro Gomes (PDT) porque enxerga uma falta de “nitidez programática” no terceiro colocado das eleições presidenciais de 2018. Para o governador do Maranhão, Ciro “queimou pontes à esquerda” e busca alianças com nomes de centro, como Huck, João Doria (PSDB) e Luiz Henrique Mandetta (DEM), que não devem apoiá-lo.
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