Balaio do Kotscho completa 15 anos ininterruptos no ar, desde sua estreia em 2008 durante o segundo mandato de Lula. Com independência jornalística, o blog de Ricardo Kotscho segue firme, agora aqui no MyNews. Um testemunho das mudanças no jornalismo online ao longo dos anos.
Em 10/09/23 12:08
por Balaio do Kotscho
Ricardo Kotscho, 75, paulistano e são-paulino, é jornalista desde 1964, tem duas filhas, 5 netos e 19 livros publicados. Já trabalhou em praticamente todos os principais veículos de mídia impressa e eletrônica. Foi Secretário de Imprensa e Divulgação da Presidência da República (2003-2004). Entre outras premiações, foi um dos cinco jornalistas brasileiros contemplados com o Troféu Especial de Direitos Humanos da ONU, em 2008, ano em que começou a publicar o blog Balaio do Kotscho, onde escreve sobre a cena política, esportes, cultura e histórias do cotidiano
Ricardo Kotscho no programa Segunda Chamada do Canal MyNews
Em 2008, o presidente da República era Luiz Inácio Lula da Silva, em seu segundo mandato.
A 11 de setembro daquele ano, ia para o ar pela primeira vez o Balaio do Kotscho, um blog jornalístico de política e assuntos gerais publicado no portal Ig dos bons tempos de Nizan Guanaes. Não tinha a menor ideia de como seria, mas vi o tamanho da encrenca pela quantidade de comentários a favor e contra que entraram logo em seguida. No jornal impresso, de onde eu vinha, não havia disso. Raramente algum leitor se manifestava por carta ou telefone.
Agora, em 2023, 15 anos depois, com todas as voltas que o mundo deu, Lula é novamente presidente num inédito terceiro
mandato, e o Balaio continua aqui firme, com a mesma independência, princípios e propósitos do primeiro dia. O único
compromisso é com o leitor, agora chamado de internauta. Depois de passar 7 anos no R7, do Grupo Record, nos últimos quatro anos o Balaio estava abrigado no UOL, o grande portal do Grupo Folha.
Faz um mês, depois de sair do UOL contra a minha vontade, logo recebi um convite da amiga Mara Luquet, jornalista e
empreendedora de primeira, para trazer o Balaio para o seu MyNews, e cá estou com meu Balaio e como comentarista do canal
no Youtube. Continuo também como colaborador do UOL, para onde voltei uma semana depois, na TV e em artigos quinzenais.
Não posso me queixar da vida. Aos 75 anos, com quase 60 de profissão, é quase um milagre ainda estar vivo profissionalmente. Ainda bem, pois continuo vivendo disso.
11 de setembro é uma data fácil de lembrar porque foi o dia do golpe do Pinochet no Chile e do ataque às torres gêmeas em
Nova York. Para mim, foi o início de uma segunda vida profissional, agora na internet¸ que começou com um convite
que o Cassio Tulio Costa me fez para trabalhar com ele no Ig, quando eu estava em Fernando de Noronha, único recanto do
país que ainda não tinha visitado. Estava comemorando meus 60 anos e pensando em me aposentar, mas comecei tudo de novo.
No início, a concorrência era pouca, mas agora que todo mundo virou “jornalista”, pois todos são emissores e receptores de
informação nas redes e nas nuvens, não está fácil para ninguém. A concorrência pelos cliques é cruel. Lembro-me bem do Blog do Noblat, a quem rendo minhas homenagens. Acho que ele foi o pioneiro na cobertura política online e é considerado o decano da nossa categoria.
Temos hoje uma geração de jornalistas formados na internet que abriu novos horizontes para quem está na faculdade, como
minha neta Laura. Os jovens já não pensam só em ir para as grandes redações, aparecer na TV, mas sonham tocar seus
próprios projetos independentes, sem lenço, sem documento e sem patrão. Mudou o mercado de trabalho, evoluíram as tecnologias, multiplicaram-se as plataformas, só uma coisa não mudou neste período: a natureza do nosso ofício, que deve estar sempre a serviço da sociedade, em especial dos que não têm vez nem voz, para denunciar o que está errado e louvar o que bem merece, como diz a canção.
Cabe a nós contar as novas histórias do nosso tempo e fazer um rascunho para os historiadores do futuro. Esta continua sendo a
melhor profissão do mundo, como ensina Gabriel Garcia Marques, pois nos permite não só testemunhar os acontecimentos, mas neles também influir, para o bem ou para o mal.
Agradeço a todos os amigos, leitores, internautas, chefes, patrocinadores e até aos inimigos que acompanharam as andanças do Balaio nestes 15 anos.
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