A partir de 1º de janeiro de 2025, país sul-americano assumirá a liderança do grupo pela quarta vez e será o anfitrião do próximo encontro de membros
por Agência Brasil em 25/12/24 13:39
A partir de 1º de janeiro, o Brasil assumirá a presidência do Brics pela quarta vez e será o anfitrião da próxima cúpula do grupo. Com a liderança, o país busca impulsionar debates sobre temas globais urgentes, como mudanças climáticas, desenvolvimento sustentável e governança da inteligência artificial.
O embaixador Eduardo Saboia, negociador-chefe do Brics para 2025, destaca a relevância do bloco no cenário internacional. Juntos, os países membros representam mais de 40% da população mundial e 37% do PIB global ajustado por poder de compra. “Se queremos construir um mundo sustentável, o Brics precisa estar no centro dessa construção. O entendimento entre esses países facilita avanços globais mais amplos”, afirmou em entrevista à Agência Brasil.
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Entre os desafios que serão colocados na mesa de negociações, a questão climática ganha destaque, especialmente porque o Brasil sediará, no mesmo ano, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-30), em Belém. Segundo Saboia, o papel do Brics será fundamental, dado que os países membros têm grande influência no setor energético, principal fonte de emissões de gases de efeito estufa.
Outro tema central será a governança da inteligência artificial. Para o embaixador, a ausência de uma estrutura regulatória global para essa tecnologia disruptiva representa um desafio que pode ser abordado sob a liderança brasileira. “Há uma discussão em andamento sobre a governança da IA, e o Brics pode avançar na formulação de uma visão conjunta para orientar seu uso de forma responsável”, disse.
Desde a sua criação em 2009, o Brics tem ampliado sua representatividade. Além dos membros fundadores — Brasil, Rússia, Índia e China —, o bloco incorporou a África do Sul em 2011. Mais recentemente, durante a cúpula de 2023, na África do Sul, novos países foram convidados: Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos, que passam a integrar o grupo em 2024.
O embaixador Saboia explicou que a ampliação do Brics reflete seu sucesso como plataforma de diálogo entre economias emergentes. “O bloco desperta grande interesse e reforça a representatividade do sul global. Essa expansão está alinhada com a defesa brasileira de uma governança global mais inclusiva, incluindo reformas no Conselho de Segurança da ONU”, observou.
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Além disso, foi criada uma nova modalidade de associação: o status de “países associados”. Cuba, Indonésia, Nigéria e outras nações foram convidadas a participar de reuniões ministeriais e eventos do bloco, como parte de um esforço para integrar mais países ao debate global.
Com a presidência brasileira, o foco será garantir uma transição harmoniosa para os novos membros e fortalecer o papel do Brics como plataforma estabilizadora no cenário internacional. “Queremos que esses países se sintam acolhidos e engajados. A integração deles será crucial para o sucesso das iniciativas do grupo nos próximos anos”, concluiu Saboia.
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