De Eunice Paiva a Dilma Rousseff: Mulheres que lutaram contra a Ditadura Eunice Paiva / Foto: Reprodução: WikiMedia Commons

De Eunice Paiva a Dilma Rousseff: Mulheres que lutaram contra a Ditadura

Ex-presidente do Brasil, jornalista e outras personalidades lutaram contra o regime militar

O filme Ainda Estou Aqui, vencedor do Oscar na categoria de filme internacional no último domingo (02), retrata a história de Eunice Paiva, que lutou até os últimos dias de vida para descobrir o paradeiro do marido, o deputado Rubens Paiva. Militares o prenderam, torturaram e mataram durante a Ditadura, que durou de 1964 a 1985. Além dela, também lutaram contra o regime: Thereza Santos, Dilma, Zuzu Angel e Miriãm Leitão. Confira suas histórias.

Mulheres contra a Ditadura Militar

Eunice Paiva

Eunice Paiva, aliás, teve um papel fundamental ao contribuir para a promulgação da Lei 9.140/95, que reconhece como mortas as pessoas desaparecidas “que tenham participado, ou tenham sido acusadas de participação, em atividades políticas durante o período da ditadura”. A repressão a manteve presa por 15 dias, como o filme mostra. Depois, ela se tornou advogada e dedicou a vida à luta pelos direitos civis dos desaparecidos e de suas famílias.

Thereza Santos

Foto: Reprodução internet

Atriz, escritora, teatróloga, sambista e ativista pelos direitos da população negra, Thereza nasceu no Rio de Janeiro, mas construiu sua trajetória em São Paulo. O país a reconheceu nacionalmente por sua atuação em Mulheres de Areia, de 1973. O regime militar a perseguiu, forçando-a a se exilar na África, onde passou por países como Angola e Guiné-Bissau. Filiou-se ao Partido Comunista e enfrentou a censura em suas obras.

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Zuzu Angel

Zuzu – Foto: Reprodução: WikiMedia Commons

A luta de Zuzu Angel contra a Ditadura Militar se tornou um dos casos mais emblemáticos do período. Importante figura da moda brasileira, ela passou anos tentando descobrir o que aconteceu com seu filho, Stuart Edgard Angel Jones. Aos 26 anos, ele integrou a oposição ao regime, mas os militares o prenderam, torturaram e mataram. Atleta de remo do Flamengo, Stuart morreu em 1971, durante o período do AI-5.

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Zuzu batalhou por justiça até 1976, quando faleceu aos 54 anos em um acidente de veículo na saída do túnel que, na época, se chamava “Dois Irmãos”, em São Conrado (RJ). Há cinco anos, a Justiça brasileira concluiu que agentes da Ditadura Militar a assassinaram. Hoje, o túnel leva seu nome, na zona sul do Rio.

Dilma Rousseff

A ex-presidente Dilma Rousseff – Foto: Reprodução / Redes sociais

Dilma Rousseff, presidente do Brasil entre 2010 e 2016, integrou o movimento Libertação Nacional na luta contra a Ditadura Militar. As forças repressivas a prenderam e a torturaram, condenando-a a seis anos e um mês de prisão. Após a redução da pena, saiu da prisão em 1972 e, no ano seguinte, voltou à resistência contra o regime.

Aliás, ao assumir a presidência, criou a Comissão da Verdade, que investigou os crimes da Ditadura. Mesmo depois do fim do regime, Dilma seguiu combatendo seus resquícios.

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Míriam Leitão

Míriam é jornalista da Globo — Foto: Reprodução X

Atualmente Míriam Leitão é jornalista da GloboNews e colunista do O Globo, enfrentou a repressão aos 19 anos, quando as autoridades decretaram sua prisão por integrar o Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Mesmo grávida, sofreu torturas, agressões e ameaças entre 1972 e 1973.

Clarice Herzog

Foto: Divulgação Instituto Vladimir Herzog

Ela sofreu com a morte do marido, o jornalista Vladimir Herzog, assassinado em 1975 no Centro de Operações de Defesa Interna (antigo DOI-Codi), órgão de repressão e tortura durante o regime militar. Determinada a esclarecer as circunstâncias e os responsáveis pelo crime, ela travou diversas batalhas, já que o regime alegava que se tratava de um suicídio.

Mesmo em plena ditadura, Clarice seguiu investigando a morte do marido e entrou na Justiça contra o Estado brasileiro com uma ação declaratória de culpa. Em 1978, obteve uma sentença histórica do juiz Márcio José de Moraes, que condenou o Estado e determinou a indenização da família de Vladimir Herzog por sua morte.

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