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Adriano Pires desiste de assumir presidência da Petrobras

Economista foi indicado após anúncio de demissão do general Joaquim Silva e Luna. Pires recebeu informações de que não passaria em teste administrativo da petrolífera.

por Vitor Hugo Gonçalves em 04/04/22 20:27

Adriano Pires, principal indicado para assumir a presidência da Petrobras, desistiu da possibilidade de ocupar o mais alto cargo administrativo da companhia. A motivação veio após o governo Bolsonaro constatar que o nome do economista possivelmente não passaria no “teste” de governança da empresa, conforme apurou o jornal O Estado de S. Paulo.

A desistência foi comunicada ao Palácio do Planalto depois que o Estadão revelou que o Ministério Público, junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), solicitou que Pires fosse impedido de assumir o cargo enquanto não houvesse uma investigação formal por parte do governo (Controladoria-Geral da União e Comissão de Ética) e da Petrobras acerca da atuação dele no setor privado.

Diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires em pronunciamento no Senado.

Diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires em pronunciamento no Senado. Foto: Pedro França (Agência Senado)

Sendo sócio fundador do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), Pires possui contratos de longo prazo com petroleiras e companhias de gás, fator que o impossibilita de ser presidente da Petrobras (tendo em vista sua participação societária em organizações de fora da petrolífera, que tem ações na Bolsa) – ele teria que desistir desses negócios para se firmar na cadeira.

De acordo com fontes credenciadas, uma vez que ele não poderia passar os acordos para o filho como havia imaginado, o indicado optou por abdicar do cargo.

Aprovada pelo ministro das Minas e Energia Bento Albuquerque, a indicação do economista era vista com moderações pelos integrantes do Ministério da Economia que participaram das negociações da lei do gás – Paulo Guedes, chefe da pasta econômica, recebeu a indicação de Pires com perplexidade.

Em reuniões com representantes do Ministério da Economia, Pires defendeu os interesses das empresas ao patrocinar os “jabutis” (medidas estranhas ao projeto, como a exigência na contratação de térmicas) que foram colocados na nova legislação, o que irritou os negociadores do Ministério da Economia.

Após o anúncio oficial de desistência, funcionários da Petrobras comemoram a reviravolta, destacando as movimentações que impedem nomeações que possam complicar os rumos da empresa.

Outra renúncia

O empresário e presidente do Clube de Regatas do Flamengo Rodolfo Landim já havia comunicado o governo, na madrugada de sábado para domingo, sua recusa à indicação para presidir o Conselho de Administração da Petrobras.

A justificativa também está atrelada ao teste de governança, o qual Landim recebeu informações de que não passaria.

O empresário foi indicado para o cargo em 28 de março, junto com a recomendação do nome de Pires. Em carta endereçada ao governo, Landim afirmou que, “apesar do tamanho e da importância da Petrobras para o nosso país, e da enorme honra para mim em exercer este cargo”, ele estaria renunciando à nomeação para se concentrar na administração do time.

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A desistência de Adriano Pires foi uma das pauta do MyNews Investe desta segunda-feira (4):

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