Economista foi indicado após anúncio de demissão do general Joaquim Silva e Luna. Pires recebeu informações de que não passaria em teste administrativo da petrolífera.
por Vitor Hugo Gonçalves em 04/04/22 20:27
Adriano Pires, principal indicado para assumir a presidência da Petrobras, desistiu da possibilidade de ocupar o mais alto cargo administrativo da companhia. A motivação veio após o governo Bolsonaro constatar que o nome do economista possivelmente não passaria no “teste” de governança da empresa, conforme apurou o jornal O Estado de S. Paulo.
A desistência foi comunicada ao Palácio do Planalto depois que o Estadão revelou que o Ministério Público, junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), solicitou que Pires fosse impedido de assumir o cargo enquanto não houvesse uma investigação formal por parte do governo (Controladoria-Geral da União e Comissão de Ética) e da Petrobras acerca da atuação dele no setor privado.
Sendo sócio fundador do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), Pires possui contratos de longo prazo com petroleiras e companhias de gás, fator que o impossibilita de ser presidente da Petrobras (tendo em vista sua participação societária em organizações de fora da petrolífera, que tem ações na Bolsa) – ele teria que desistir desses negócios para se firmar na cadeira.
De acordo com fontes credenciadas, uma vez que ele não poderia passar os acordos para o filho como havia imaginado, o indicado optou por abdicar do cargo.
Aprovada pelo ministro das Minas e Energia Bento Albuquerque, a indicação do economista era vista com moderações pelos integrantes do Ministério da Economia que participaram das negociações da lei do gás – Paulo Guedes, chefe da pasta econômica, recebeu a indicação de Pires com perplexidade.
Em reuniões com representantes do Ministério da Economia, Pires defendeu os interesses das empresas ao patrocinar os “jabutis” (medidas estranhas ao projeto, como a exigência na contratação de térmicas) que foram colocados na nova legislação, o que irritou os negociadores do Ministério da Economia.
Após o anúncio oficial de desistência, funcionários da Petrobras comemoram a reviravolta, destacando as movimentações que impedem nomeações que possam complicar os rumos da empresa.
O empresário e presidente do Clube de Regatas do Flamengo Rodolfo Landim já havia comunicado o governo, na madrugada de sábado para domingo, sua recusa à indicação para presidir o Conselho de Administração da Petrobras.
A justificativa também está atrelada ao teste de governança, o qual Landim recebeu informações de que não passaria.
O empresário foi indicado para o cargo em 28 de março, junto com a recomendação do nome de Pires. Em carta endereçada ao governo, Landim afirmou que, “apesar do tamanho e da importância da Petrobras para o nosso país, e da enorme honra para mim em exercer este cargo”, ele estaria renunciando à nomeação para se concentrar na administração do time.
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A desistência de Adriano Pires foi uma das pauta do MyNews Investe desta segunda-feira (4):
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