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Alimentos mais caros e roupas mais baratas: entenda a inflação no Brasil em 2020

Índice fechou o ano em 4,52%, acima do esperado por economistas

por Juliana Causin em 12/01/21 20:43

Inflação para o consumidor subiu em novembro, mas deve ser menor nos próximos meses.
Alimentos pesaram no resultado da inflação no Brasil em 2020, que ficou acima do esperado pelo mercado.
(Foto: Tânia Rego/Agência Brasil)

O IBGE divulgou nesta terça-feira (12), o resultado da inflação em 2020. O IPCA, o índice nacional de preços, considerado a inflação oficial do país, fechou em 4,52%. 

O resultado veio acima do esperado pelos economistas e analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Banco Central no boletim Focus, que estimavam a inflação em 4,37%. O índice acabou o ano acima do centro da meta definida pelo BC, de 4% — mas ainda dentro da meta que ia até 5,5%.

Esse foi o maior resultado para inflação no país desde 2016, quando o IPCA foi de 6,29%.

Alimentos sobem

O principal vilão para inflação no país foi a alimentação. Os alimentos tiveram alta acumulada de 14,09% ao longo do ano — a maior em quase 20 anos. 

Segundo o IBGE, os alimentos responderam sozinhos por quase metade da inflação do ano. Entre os motivos estão a alta do dólar, a alta dos preços das commodities no mercado internacional, o aumento das exportações e, em alguns itens, a diminuição da oferta. 

Nesse grupo, dos alimentos, a maior alta ficou com o óleo de soja, que dobrou de preço ao longo do ano (103%). Em seguida estão outros itens da cesta básica como arroz, feijão e batata.

Depois dos alimentos, o segundo maior impacto sobre o índice foi o grupo de habitação, que teve alta de 5,25% no ano. Segundo o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov, o que pesou neste segmento foi a alta do custo de energia: 9,14% no ano. 

O terceiro maior impacto ficou com o grupo de artigos para residência – alta de 6%, em meio a pressão de alta do dólar. Eletrodomésticos subiram 5% e itens de equipamentos para TV, som e informática ficaram 18% mais caros. 

O único grupo medido pelo IBGE que teve deflação no ano passado foi o de vestuário. A queda nos preços desse setor foi de 1,13%. Entre os motivos, o impacto da pandemia e a queda na demanda por roupas. 

Projeção para 2021

Para 2021, a expectativa é de uma desaceleração nesse avanço dos preços – o mercado projeta 3,34% de inflação. 

O IBGE também divulgou nesta terça-feira, o INPC, que é referência para ajuste da aposentadoria. O índice ficou em 5,45% no ano de 2020. Com isso, o teto da previdência, sobe de R$ 6.101,00 para R$ 6.433,00. 

O ajuste pelo INPC vale para aposentados e pensionistas que recebem valor acima do mínimo. Para quem recebe o mínimo, vale o reajuste definido pelo Governo Federal, de 5,26%, neste caso, portanto, a aposentadoria passa de R$ 1.045,00 para R$ 1.100,00. 

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