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Comércio bate novo recorde, mas sofre com incertezas para 2021

Varejo tem sexta alta consecutiva em outubro, mas pandemia, fim do auxílio emergencial e desemprego deixam cenário turvo para o próximo ano

por Juliana Causin em 11/12/20 15:58

Na 6ª alta consecutiva, as vendas do comércio varejista cresceram 0,9% em outubro, na comparação com setembro, segundo dados do IBGE divulgados nesta quinta-feira (10). Em relação ao mesmo período de 2019, a alta foi de 8,3%, melhor resultado para o mês de outubro desde 2012.

O desempenho do setor tem sido impulsionado pela renda do auxílio emergencial, que aumentou o poder de compra na pandemia, pelos juros baixos e pela oferta de crédito.

O desafio, a partir de dezembro, vai ser continuar crescendo sem o programa de renda do governo federal e com o crescimento do desemprego no país. 

Segundo o gerente da Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE, Cristiano Santos, depois das quedas expressivas em março e abril, o varejo vinha crescendo em ritmo cada vez menor depois de maio, quando teve alta de 12,2%. “Esse resultado de outubro mostra um repique para cima, que precisamos ter cuidado para avaliar como uma retomada da aceleração”, avalia. 

Movimento do comércio popular no Brás, em São Paulo, em mês de Natal.
(Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

Para Kelly Carvalho, economista da FecomércioSP, o comércio se beneficiou do auxílio emergencial e o Natal ainda deve ser de crescimento significativo para o setor. A preocupação, segundo ela, vem com o cenário ao longo de 2021.

“As expectativas são que nós tenhamos uma desaceleração nas vendas e até uma possível queda porque o poder de compra desse consumidor está reduzido”, explica Carvalho, em entrevista do Dinheiro Na Conta. 

O IBGE divulgou, na último dia 1º de dezembro, que o desemprego bateu novo recorde em outubro e chegou a taxa de 14,1%, a maior desde o início da série histórica. Cerca de 3,6 milhões de pessoas entraram na fila do desemprego desde maio, o que representa uma alta de 35,9%.

Sem auxílio emergencial

Em relação ao auxílio emergencial, o ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a afirmar nesta quarta-feira (09) que o pagamento terá fim em dezembro. A declaração aconteceu em evento com investidores. Em outro evento, em novembro, o ministro afirmou que o plano seria encerrar o auxílio em 2021, com o retorno do Bolsa Família. 

Segundo Carvalho, além dessas incertezas, o setor acompanha com atenção o recrudescimento da pandemia do novo coronavírus no país e as novidades em relação a vacinação contra a Covid-19. Esses fatores, segundo ela, serão fundamentais para o crescimento ou não do comércio em 2021. 

“A gente tem um cenário de muitas incertezas do que vai acontecer no ano que vem, inclusive em relação à efetividade da vacina, a questão da continuidade ou não das medidas de restrição e isolamento”, afirma. 

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