General indicado por Bolsonaro foi eleito para presidência da companhia. Para conselheiro, declarações do presidente é que atrapalham a petroleira
por Juliana Causin em 16/04/21 20:58
O Conselho de Administração da Petrobras aprovou nesta sexta-feira (16) o nome do general Joaquim Silva e Luna como novo presidente da companhia de economia mista. Silva e Luna assume o comando no lugar de Roberto Castello Branco, demitido em fevereiro depois de desavenças com o presidente Jair Bolsonaro.
Para Marcelo Mesquita, um dos membros do Conselho de Administração da Petrobras, “risco de ingerência política sempre há”. Ele acredita, no entanto, que o general deve fazer uma boa gestão à frente da empresa. “Ele jamais vai colocar em risco o currículo dele por coisas ilegais ou coisas pequenas ou coisas erradas”, afirma.
Mesquita afirma que a ideia é que a empresa “continue seguindo a lei e mantendo sua independência”. Em entrevista ao Dinheiro Na Conta, o conselheiro destaca, no entanto, que uma “pacificação” na empresa depende da mudança da conduta do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), “para que a empresa tenha paz”.
“Todo mundo tem que ajudar a empresa e é isso de agora em diante. A gente espera com essa mudança do CEO — que isso seja pacificado, que o presidente pare de fazer comentários sobre o dia a dia da Petrobras”, diz o economista, que é também sócio do Leblon Equities.
Para Mesquita, mesmo que não haja uma interferência política direta na empresa, as declarações do presidente minam a confiança dos investidores.
“É muito difícil você ter o presidente da República vociferando na mídia contra isso e contra aquilo. Essa politicagem pública sobre o dia a dia da empresa é muito prejudicial. Muitas vezes ele não está interferindo de fato, mas a percepção no mercado é que ele interfere”, explica.
Além da eleição do presidente da petroleira, foram escolhidos também nesta sexta-feira (16) os diretores da Petrobras. Silva e Luna escolheu quatro novos diretores entre funcionários de carreira da empresa. “Todos os diretores que foram eleitos hoje para a empresa são de mercado, pessoas de carreira da Petrobras, escolhidas pela qualidade de seus currículos e que estavam no RH da empresa no plano de sucessão”, analisa Mesquita.
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