Setor de serviços é o que tem mais peso no resultado do PIB e também o que mais emprega no país
por Fernanda Oening em 11/12/20 22:03
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou nesta sexta-feira (11) o balanço do setor de serviços, referente ao mês de outubro. Foi a quinta alta consecutiva, somando mais de 1,7%. Mas, apesar do avanço, ainda não foi suficiente para recuperar o patamar pré-pandemia e mostrou uma desaceleração do ritmo de reação.
O setor de serviços está hoje 6,1% abaixo do volume de fevereiro, último mês antes da crise da pandemia. Vale lembrar que ele é o que tem mais peso no resultado do PIB e também o que mais emprega no país. A queda acumulada do ano é de 8,7%.
Rodrigo Lobo Acalia, pesquisador responsável pela pesquisa, avalia que os brasileiros ainda estão segurando o consumo nesse setor, principalmente pelo risco de contágio pela Covid-19. E ressalta que muitas empresas ainda não voltaram com o atendimento presencial, o que acaba pesando no resultado. E para o fim do ano, o resultado deve ser de mais queda.
O economista e professor do Insper, Alexandre Chaia, em entrevista ao Dinheiro na Conta, disse que não tem uma expectativa muito forte para os resultados dos dois últimos meses de 2020.
“A expectativa é que continue crescendo, mas bem pouco. As pessoas ainda estão inseguras em fazer compras de Natal porque não sabem o que vai acontecer no ano que vem. Por conta dessa incerteza inconstitucional que o governo federal dá em relação as medidas de contenção, à vacina, o primeiro trimestre de 2021 ainda vai ser negativo. Então, a recuperação do setor de serviços deve se mostrar mais forte no segundo semestre do ano que vem”.
Já as vendas do comércio varejista cresceram 0,9% em outubro, na comparação com setembro, segundo dados do IBGE divulgados na quinta-feira (10). Em relação ao mesmo período de 2019, a alta foi de 8,3%, melhor resultado para o mês de outubro desde 2012.
O desempenho do setor tem sido impulsionado pela renda do auxílio emergencial, que aumentou o poder de compra na pandemia, pelos juros baixos e pela oferta de crédito.
Embora tenha obtido a 6ª alta mensal consecutiva, o setor terá como desafio, a partir de dezembro, continuar a crescer sem o programa de renda do governo federal e com o crescimento do desemprego no país.
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