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Economia

CÚPULA DO CLIMA

“Boas notícias do Brasil na Cúpula são do passado”, avalia ex-ministra do Meio Ambiente

Para Izabella Teixeira, encontro de líderes marca novo momento para o mundo, enquanto Brasil apresenta metas pouco ambiciosas e “perde grande oportunidade”

por Juliana Causin em 22/04/21 21:17

Além da falta de credibilidade com o mundo, o Brasil mostra metas pouco ambiciosas para o clima e perde a oportunidade de estar na liderança do enfrentamento às mudanças climáticas. Essa é a avaliação da ex-ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, sobre a participação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Cúpula de Líderes sobre o Clima, organizada pelo presidente americano Joe Biden.

Apesar de tom mais diplomático, Bolsonaro “mudou a forma e não o conteúdo”, segundo Teixeira. Para ela, a meta apresentada pelo Brasil de zerar o desmatamento ilegal na Amazônia até 2030 é pouco ambiciosa, em momento em que o mundo vive corrida para adoção de compromissos ambientais.

“Discurso foi mais diplomático, mas o conteúdo não revela nada de ambição e nem permite que o Brasil volte a estar no clube que a gente chama dos países líderes do enfrentamento da mudança climática”, diz ela em entrevista do Dinheiro Na Conta. No encontro, Bolsonaro também antecipou para 2050 a meta de tornar o país neutro em carbono.

“Não adianta colocar só a ambição de 2050 para neutralização de carbono quando o mundo todo estiver neutralizado em 2050”, critica a bióloga, que teve papel chave nas negociações climáticas de 2015 na ONU. Para a ex-ministra dos governos Lula e Dilma, as “boas notícias apresentadas pelo Brasil são do passado”.

Teixeira acredita que encontro organizado por Joe Biden inaugura um momento que as principais economias e lideranças do mundo apresentam mais ambição para combate às mudanças climáticas, enquanto o Brasil perde protagonismo

“Hoje começou uma nova corrida no mundo para mitigar e para zerar a emissão de carbono. Todo mundo fez isso. O único que não apresentou ambição nova foi o Brasil”, avalia Teixeira. “O Brasil perdeu uma grande chance. Estamos no tempo de rastrear a boiada, e não de passar a boiada”, afirma. 

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