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Brasil tem nova onda de saída de investimento estrangeiro

Fevereiro interrompe três meses consecutivos de saldo positivo de entrada de investimento estrangeiro em meio a avanço da pandemia e risco fiscal e político.

por Juliana Causin em 04/03/21 20:53

Em meio ao agravamento da pandemia e a turbulência fiscal e política, o Brasil vive uma nova onda de saída estrangeiros no mercado. Na B3, a Bolsa de Valores, o mês de fevereiro terminou com fluxo negativo de R$ 6,8 bilhões de investimento externo. O resultado colocou fim a três meses consecutivos de saldo positivo de entrada de recursos estrangeiros. 

O movimento foi agravado na semana passada quando o mercado reagiu à canetada do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que trocou o comando na Petrobras. Em cinco dias consecutivos de fluxo negativo, os estrangeiros tiraram R$ 10,8 bilhões do mercado à vista e dos contratos futuros do Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo.

O movimento reverte meses de recuperação do fluxo de entrada de dólar no país, em um saldo que vinha positivo até o dia 18 de fevereiro, quando Bolsonaro anunciou que faria mudanças na Petrobras por causa dos reajustes de preços dos combustíveis. 

Enquanto as ações da empresa despencaram mais de 21% na segunda-feira após a demissão de Castello Branco, os investidores estrangeiros retiraram R$ 6,9 bilhões da B3, a maior saída em apenas um dia desde 2008, segundo dados da Bloomberg.

Risco fiscal


Em entrevista ao Dinheiro na Conta, Luiz Fernando Figueiredo, sócio da Mauá Capital, avalia que o fluxo negativo dos estrangeiros acontece também em razão das incertezas fiscais e dos rumos do orçamento brasileiro. Nas últimas semanas, com a pressão pela volta do auxílio emergencial, os investidores olham para o risco de mais gastos públicos, sem contrapartida de ajustes fiscais.

“Mesmo sendo uma dívida local, tem um momento em que as pessoas começam a duvidar se o Brasil vai conseguir rolar a dívida, pagar a dívida”, avalia Figueiredo, que é ex-diretor do Banco Central. Apesar dos gastos necessários para conter a pandemia, Figueiredo afirma que a insegurança vinha da falta de indicações para contrapartidas para o equilíbrio fiscal. “Um país emergente com esse nível de endividamento é uma situação de risco”, diz.

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