Setor teve queda de 1,3% em abril, segundo IBGE. Para economista, retomada do emprego e consumo podem ditar ritmo da indústria em 2021.
por Juliana Causin em 02/06/21 20:44
A indústria brasileira encerrou o mês de abril com queda de 1,3% em relação a março, segundo divulgou nesta quarta-feira (2) o IBGE. Esse é o terceiro resultado negativo consecutivo para o índice, que começa o segundo trimestre do ano 1% abaixo do patamar pré-pandemia.
A produção industrial encolheu em 18 dos 26 ramos pesquisados. Segundo André Macedo, gerente da pesquisa, o resultado sinaliza uma queda no ritmo de recuperação da indústria. “A gente observa um predomínio de taxas negativas disseminadas, o que reforça o recrudescimento da pandemia e todos os efeitos que isso traz para o processo produtivo”, analisa Macedo.
Em entrevista ao Dinheiro Na Conta, o economista Saulo Abouchedid, coordenador do Núcleo de Estudos de Conjuntura da FACAMP, afirma que dois fatores podem ajudar a impulsionar a produção industrial nos próximos meses: a demanda externa e o movimento de reposição de estoques. “Isso estimula a produção industrial. Há outros fatores, no entanto, que trazem uma perspectiva ruim para 2021”, pondera.
Entre os fatores de risco para o crescimento da indústria, o pesquisador destaca a piora do mercado de trabalho e a queda de renda das famílias. “O resultado da indústria em abril mostra que a produção de bens de consumo veio em patamar negativo. O consumo mais baixo das famílias pode afetar a indústria daqui para frente”, explica.
“Se o mercado de trabalho não se recuperar em 2021, essa euforia que houve em relação à indústria no resultado do PIB no primeiro trimestre vai ter um fôlego curto”, diz. O economista avalia que, além do controle da crise sanitária, políticas de estímulo à recuperação do emprego e da renda vão determinar o desempenho do setor no ano.
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