Com o IPCA acumulado em 11,73% em maio, a inflação voltou a assombrar a vida dos brasileiros. Mas os economistas, especialmente aqueles que trabalham para o governo, continuam sem entender a natureza do fenômeno inflacionário.
por Cândido Prunes em 13/06/22 18:19
Com o IPCA acumulado em 11,73% em maio, a inflação voltou a assombrar a vida dos brasileiros. Mas os economistas, especialmente aqueles que trabalham para o governo, continuam sem entender a natureza do fenômeno inflacionário. Assim é espantoso que um economista como Paulo Guedes, doutor por Chicago, segundo consta em seu currículo, venha a público pedir que supermercados “segurem” os reajustes de preços. Parece que repentinamente o Brasil voltou décadas no tempo. Só falta o dr. Guedes propor um congelamento forçado de preços como forma de “combater” a inflação.
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Em 1985 a editora Visão publicou um interessante livro sobre “Os mistérios da inflação”. Valeria a pena distribuir o livrinho agora entre os economistas do governo. Trata-se de uma discussão atualíssima entre Henry Maksoud, então proprietário da Visão, e vários renomados economistas, tais como Mario Henrique Simonsen, Marcílio Marques Moreira, André Lara Rezende e Carlos Langoni. Na época poucos compreendiam que o fenômeno da inflação é exclusivamente monetário, ou seja, consequência da emissão de dinheiro pelo governo. É a antiga “senhoriagem”, o direito do senhor de emitir dinheiro. Isso é o que causa a inflação. O único remédio, mas amargo para os políticos que estão no poder, é reduzir os gastos públicos. Por isso que os economistas ficam inventando outras causas, justificativas e adjetivações para o fenômeno inflacionário. Nos anos 70 e 80 o distinto público ouviu as teorias mais estapafúrdias sobre a inflação e sua causa. Vários planos e econômicos foram implantados e fracassaram.
Se a mentalidade do final do século passado prevalecer entre os economistas da atualidade, o Brasil voltará a conviver com uma inflação descontrolada. E nisso estará novamente imitando a vizinha Argentina, cuja inflação anualizada já bate na casa dos 100%. E tanto no Brasil quanto na Argentina de hoje as contas públicas desequilibradas leva os governos a emitir dinheiro para pagar as suas contas. Mas quem paga a conta de verdade é o distinto público, por meio do imposto inflacionário.
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