Após operar com preços abaixo da flutuação mundial do petróleo, estatal apresenta novos reajustes. Analista vê política de preços sensata.
por Vitor Hugo Gonçalves em 10/03/22 20:10
Política de Preços: A Petrobras anunciou nesta quinta-feira (10) novos reajustes nos preços da gasolina, diesel e gás de cozinha (GLP). O aumento é direcionado para as distribuidoras e entrará em vigor nesta sexta-feira (11). O repasse para o consumidor final, afetando diretamente os preços nos postos e do botijão de gás, dependerá dos revendedores.
O mercado agora estima que o preço médio nacional da gasolina nas bombas passe de R$ 6,57 o litro para R$ 7,02. Para o diesel, a expectativa é que o litro chegue a R$ 6,48.
A estatal justificou a alteração afirmando que os reajustes são necessários para que o mercado brasileiro continue sendo suprido, “sem riscos de desabastecimento”. Em nota oficial, a petrolífera explicou que os novos valores “refletem parte da elevação dos patamares internacionais de preços de petróleo, impactados pela oferta limitada frente a demanda mundial por energia. Mantemos nosso monitoramento contínuo do mercado nesse momento desafiador e de alta volatilidade”.
Nos últimos dias, devido ao conflito no Leste Europeu, o barril de petróleo Brent, referência para o comércio mundial da commodity, ultrapassou a marca de US$ 130 (R$ 656, na cotação de hoje). Quando a Petrobras anunciou o último aumento, em 11 de janeiro, o valor do barril era cotado em US$ 83 (R$ 419).
Apesar da volatilidade, a estatal vinha segurando os valores (cerca de 30%) abaixo do preço de paridade de importação (PPI), uma defasagem não vista há cerca de 10 anos. Havia uma expectativa entre os analistas sobre quanto tempo o caixa da companhia aguentaria pressionando os preços abaixo da flutuação internacional; a resposta foi dada nesta quinta.
Para Rafael Chacur, sócio da SFA Investimentos, a política de preços praticada pela Petrobras segue um padrão internacional, dependendo do abastecimento global. “A Petrobras é uma empresa de commodities. Apesar de ela ser autossuficiente na produção de petróleo bruto, ela não é autossuficiente na produção de combustíveis; há uma necessidade de importação de 15% a 20% do consumo de combustível doméstico”, explica.
Chacur concorda com o posicionamento da petrolífera, uma vez que “a companhia vem fazendo de forma correta essa política, não passando de imediato essa volatilidade para os mercados, com períodos de reajustes longos”. E complementa: “Acredito que a solução que estão buscando hoje está vindo de fora da Petro, uma vez que os agentes entenderam que não é correto mexer na empresa, mas sim em políticas de governo”.
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No MyNews Investe desta quinta-feira, a pauta foi o reajuste anunciado pela Petrobras, seus desdobramentos macroeconômicos e os impactos no mercado doméstico e de ações. Confira:
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