Secretários do Ministério da Economia pedem exoneração DEMISSÃO COLETIVA
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  • 21 de outubro de 2021
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Secretários do Ministério da Economia pedem exoneração


Após o governo liderar uma manobra para ampliar o teto de gastos e fechar um acordo, na manhã desta quinta (21) com o relator da PEC dos Precatórios, deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB), que ampliará os gastos para 2022 em R$ 83 bilhões – uma forma de garantir o Auxílio Brasil de R$ 400, quatro secretários do Ministério da Economia pediram exoneração dos cargos.

Em nota, o Ministério da Economia disse que os pedidos de demissão ocorrem por razões pessoais. Deixam a equipe do ministro Paulo Guedes o secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal; o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt; a secretária especial adjunta do Tesouro e Orçamento, Gildenora Dantas; e o secretário adjunto do Tesouro Nacional, Rafael Araújo.

Bruno Funchal - secretário especial do Tesouro e Orçamento
Bruno Funchal – secretário especial do Tesouro e Orçamento, pediu exoneração do cargo juntamente com Jeferson Bittencourt, secretário do Tesouro Nacional; a secretária especial adjunta do Tesouro e Orçamento, Gildenora Dantas; e o secretário adjunto do Tesouro Nacional, Rafael Araújo/Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Ao lado de Bittencourt, Funchal era um dos principais auxiliares do ministro da Economia. Ele havia assumido a Secretaria Especial da Fazenda no final de abril deste ano, no lugar de Waldery Rodrigues – que também saiu após desgastes com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e com o Congresso Nacional nos debates sobre o Orçamento 2021.

No acordo fechado na manhã desta quinta, o governo mudou a correção do teto de gastos e abriu espaço através de alterações no pagamento de precatórios. Atualmente, o teto de gastos é corrigido pelo IPCA acumulado nos últimos 12 meses, até junho do ano anterior ao exercício fiscal. A alteração proposta considera o ano fechado, de janeiro a dezembro, o que garantiria R$ 40 bilhões a mais, somados a outros R$ 40 bilhões alcançados com as alterações nas regras de pagamento de precatórios pelo governo. A soma resultará em cerca de R$ 83 bilhões acima do teto de gastos do governo para o ano que vem. O anúncio do acordo derrubou a Bolsa de Valores em 4% e fez o dólar encostar nos R$ 6.

Além do Auxílio Brasil, em agenda de viagem à Região Nordeste, Bolsonaro voltou a prometer mais um auxílio, sem dizer de onde sairão os recursos. Em viagem ao município de Sertânia, no Sertão de Pernambuco, onde inaugurou o Ramal do Agreste, o presidente prometeu um auxílio para 750 mil caminhoneiros, para compensar o aumento do valor do óleo diesel.

Apenas no mês de outubro, o diesel já foi reajustado duas vezes pela Petrobras. Os caminhoneiros prometem entrar em greve a partir de 1º de novembro se o governo não reduzir o preço do óleo diesel nos postos de combustíveis.

Mercado financeiro deve reagir a demissões no Ministério da Economia nesta sexta

A debandada do Ministério da Economia ocorreu após o fechamento do pregão desta quinta, mas especialistas já sinalizam que o mercado não deve reagir bem ao acontecimento. “Vai ter mais volatilidade. Essa notícia veio depois do mercado fechar e mostra um cenário de incerteza de pessoas lá dentro. Dada essa noticia, o mercado vai continuar volátil e não deve abrir bem amanhã’, explica Guilherme Assis, CEO do Gorila, em entrevista ao MyNews Investe.

Nesta quinta-feira, o Ibovespa fechou em queda de 2,75%, aos 107.735 pontos, em reposta às declarações do ministro Paulo Guedes sobre furar o teto de gastos a favor do Auxílio Brasil e da promessa feita pelo presidente Jair Bolsonaro de ajudar 750 mil caminhoneiros para compensar o aumento do valor do óleo diesel.

Assista ao Café do MyNews, no Canal MyNews, de segunda a sexta, a partir das 8h30, com apresentação de Juliana Braga

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