Economia

Healthtechs

Startups de tecnologia em saúde surpreendem o mercado

Após a pandemia, investidores compreenderam quais são os gargalos do setor de saúde e passaram a aplicar em empresas do segmento sanitário

por Vitor Hugo Gonçalves em 21/02/22 20:35

É natural que, com a pandemia e o aumento dos cuidados sanitários por parte da população, o setor de saúde atraísse mais capital de investidores no mundo inteiro. No Brasil não foi diferente: as oportunidades de crescimento por aqui são ainda maiores e fizeram com que os números de startups de tecnologia em saúde (as healthtechs)  em 2021 surpreendessem o mercado.

De acordo com um levantamento realizado pela plataforma Sling Hub, que mapeia dados de startups na América Latina, no ano passado o segmento captou mais de US$ 350 milhões em investimentos, valor correspondente a um aumento de 330% em relação 2020.

Em terras brasileiras, o número de empresas nesse setor mais que dobrou, saltando de 542 no ano retrasado para 1,158 em 2021. Além disso, o total captado por rodada de investimentos também cresceu no mesmo período, indo de US$ 1,6 milhão para US$ 8,3 milhões (acréscimo de 423%).

Healthtechs unem tecnologia e saúde em prol do consumidor.

Healthtechs unem tecnologia e saúde em prol do consumidor. Foto: Reprodução (PixaBay)

As startups de tecnologia em saúde funcionam de maneira parecida às Fintechs, empresas que desenvolvem produtos financeiros totalmente digitais, nas quais o uso da tecnologia é o principal diferencial em relação às empresas tradicionais do setor. No caso das Healthtechs, e tratando-se de Brasil, há um plus: no país, grande parte da população (160 mil pessoas) não possui acesso à plano de saúde, o que torna este mercado bastante promissor por aqui.

O diferencial do setor encontra-se justamente nessa deficiência, uma vez que utiliza a tecnologia e cruzamento de dados para identificar, da maneira mais precisa possível, as necessidades de atendimento de saúde dos clientes, oferecendo planos e produtos com uma menor oferta de serviços e, consequentemente, mais baratos.

Essa oportunidade pode ser percebida no balanço da empresa Suprevida, healthtech que conecta pacientes de todo o Brasil a fornecedores de produtos, serviços e informações de saúde: a companhia fechou 2021 crescendo mais do que o dobro e o GMV (valor transacionado) foi 175% maior em 2021 do que o registrado em 2020. Para arrematar o crescimento, a startup recebeu de investidores um aporte de R$ 4 milhões para acelerar o negócio e passou a configurar no ranking das 10 startups que são apostas para 2022, conduzido pela plataforma de inovação Distrito.

Rodrigo Correia, CEO da Suprevida, explica que o segmento se sustenta na falta de eficácia existente no mercado da saúde, composto por uma série de vertentes, as quais, individualmente, protegem seus próprios produtos e dividendos.

“O ‘health’ vem na frente do ‘tech’, por isso estamos sempre olhando quais são as ineficiências do segmento. Na saúde você tem uma cadeia produtiva complexa, com conflitos de interesses – entre hospitais, clínicas de diagnósticos, médicos, fornecedoras de produtos, drogarias etc. –, que funciona de maneira desordenada, uma vez que, infelizmente, não é centrada no paciente. Isso geral desperdício e ineficiência em várias etapas desse fornecimento. E é justamente esse desperdício e ineficiência nos elos dessa cadeia que geram oportunidades”, pontua Correia.

Quando ao mercado, o gestor esclarece que “desde 2019, há um processo de aproximação dos investidores. Quando começamos, há três anos, ainda havia muito a questão de uma demanda de crescimento rápido, derivado das fintechs, e o investidor olhava o setor da saúde – no qual muitos aplicadores não possuem conhecimento e vivência – e viu um crescimento não tão acelerado, uma vez que a troca e a regulamentação são mais complexas… É um setor mais de camelos do que de unicórnios. No entanto, esgotaram-se as oportunidades grandes em outros setores e começaram a perceber que há imensas oportunidades da saúde; […] e a pandemia fez com que todo o mundo discutisse mais o setor, entendesse mais os gargalos. São os mesmos investidores da fintechs, que perceberam a importância de ter em suas carteiras investimentos em healthtechs”.

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A entrevista completa você confere no MyNews Investe desta segunda-feira (21):

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