Empresas de commodities ainda têm espaço para crescer, segundo estrategista da Genial Investimentos
por Juliana Causin em 05/01/21 15:09
Apesar da alta tímida em 2020, perto de 3%, o Ibovespa, o principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), encerrou o ano com papéis que valorizaram mais de 100% no último ano.
Esse foi o caso das ações da siderúrgica CSN, da WEG, fabricante de equipamentos eletrônicos, da petrolífera PetroRio e da Magazine Luiza, gigante do varejo brasileiro.
Na liderança dos ganhos, com alta de 125% em 2020, a CSN se beneficiou da valorização nos preços das commodities, assim com ações da PetroRio, que subiram 112% no ano.
O movimento que favoreceu as companhias começou em novembro, segundo explica o estrategista da Genial Investimentos, Filipe Villegas. O mês foi marcado pela definição da presidência americana, com a eleição do democrata Joe Biden, e pelos avanços nas pesquisas para vacinação contra a Covid-19. “Foi quando o mercado acabou virando a página”, diz ele.
Com o horizonte definido nos Estados Unidos e a perspectiva futura de volta do crescimento econômico, teve início a rotação setorial no mercado de ações. Nesta nova dinâmica, investidores voltaram a apostar em setores tradicionais, como de commodities, e deixaram um pouco de lado as ações de techs, que atingiram picos históricos nos primeiros meses de pandemia.
Para Villegas, ainda há espaço, em 2021, para crescimento das companhias de commodities – como siderúrgicas, petrolíferas e mineradoras, por exemplo.
As empresas de tecnologia, no mundo, e de e-commerce, aqui no Brasil, acabaram se beneficiando em 2020 com a nova dinâmica da pandemia e o avanço da digitalização no mundo. Nas bolsas americanas, o índice que lista as grandes empresas de tecnologia Nasdaq, teve valorização de 43% – enquanto Dow Jones acumulou alta de 7,25% e o S&P500, de 16%.
No Brasil, ações como a da WEG e de empresas ligadas ao e-commerce como a Magazine Luiza se beneficiaram do movimento. As ações da WEG valorizaram 120%, e as da Magalu, 109%.
Sobre as empresas de e-commerce, Villegas avalia que ainda há espaço para crescimento, mas que o setor pode não ter as melhores performances em 2021. “Acredito que é um setor que vai ter um desempenho positivo, mas um desempenho que pode ficar abaixo da média do mercado”.
Segundo ele, ainda existem opções atrativas no segmento, mas o potencial de crescimento pode ficar abaixo de outros. Essas ações, para Villegas, podem funcionar como uma proteção na carteira de investidores, que devem sempre procurar a diversificação.
Para o estrategista da Genial, setores que ficaram para trás na pandemia devem mostrar recuperação em 2021, a depender da retomada econômica. Segundo ele, empresas de vestuários, calçados, shoppings centers e construção civil, podem ficar entre os destaques positivos.
Um setor que deve ser olhado com cautela neste próximo ano, segundo Villegas, é o do turismo, um dos mais afetados pela pandemia. Apesar dos preços atrativos das ações, ele explica que ainda existem muitas incertezas sobre como será a retomada, mesmo depois da vacinação. “Por mais que eu acredite que é um setor que apresente oportunidades, e tem potencial de valorização, eu ainda tenho alguma desconfiança sobre como será essa recuperação”.
Segundo ele, de forma geral, ainda há espaço para crescimento do mercado brasileiro em 2021. Três fatores que estão no horizonte dos investidores, explica Villegas, fundamentam essa expectativa: a recuperação econômica com a vacinação contra a covid-19, o excesso de liquidez nos mercados globais, que favorece mercados emergentes, e o andamento de reformas econômicas no Brasil.
“Se a gente conseguir realmente observar o mundo com crescimento econômico e excesso de liquidez, o Brasil pode certamente surfar essa onda”, explica.
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