Eleições na França: Macron pode perder maioria na Assembleia Nacional

Este domingo (12) é dia de eleições na França. Quase 50 milhões de franceses devem ir para as urnas para escolher os 577 deputados que vão legislar pelos próximos cinco anos. É um momento delicado para o presidente Emmanuel Macron, reeleito para o cargo em abril deste ano.

Em uma visita recente à região francesa de Tarn, ele chegou a declarar que “se a eleição presidencial é crucial, as eleições legislativas são decisivas”. A preocupação é compreensível. Hoje Macron tem maioria na Assembleia Nacional, o que garante uma certa facilidade para implementar o programa eleitoral. Com a polarização acirrada em todo o país, essa maioria está ameaçada.

Um dos temores é o crescimento de Jean-Luc Mélenchon, fundamentalista de esquerda que pretende ser primeiro-ministro. Mélenchon foi o terceiro candidato mais votado nas eleições presidenciais, quando concorreu pelo partido de esquerda radical que fundou em 2016, França Insubmissa, e considera as eleições legislativas como um terceiro turno das presidenciais.

Para chegar mais perto do cargo, Mélenchon formou a NUPES, a Nova União Ecológica e Social Popular, coalizão que reúne partidos de esquerda e ambientalistas. Pesquisas indicam que a coligação pode eleger 289 deputados, o que garante a maioria no Parlamento.

Uma pesquisa divulgada pelo instituto Harris Interactive, mostra que 28% dos eleitores franceses desejam votar em um candidato da NUPES, enquanto 26% vão escolher um nome alinhado com Macron e 24% querem alguém doo partido de direita Reagrupamento Nacional. O que está à favor de Macron é a abstenção, que pode passar de 50%.

Mas vencer a extrema-esquerda não é o único desafio. Durante a campanha, Macron pediu que os franceses façam “mobilização contra os extremos“, numa referência, também, à extrema-direita, liderada por Marine Le Pen.

As eleições legislativas na França acontecem em 2 turnos, o segundo está marcado para o dia 19 de junho.