Conflito mais recente entre Rússia e Ucrânia, que se desenhava desde o fim de 2021, teve início na noite da quarta (23). Figuras políticas repercutiram crise militar e diplomática sem precedentes na história recente europeia.
por Suzana Souza em 24/02/22 11:52
O início do conflito entre Rússia e Ucrânia, na noite da quarta-feira (23), provocou reações de líderes e organizações mundiais. O conflito gerou uma crise militar e diplomática na Europa sem precedentes na história recente.
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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou por meio de comunicado oficial publicado pela Casa Branca que a decisão do presidente russo Vladimir Putin representou a escolha de “uma guerra que trará perdas de vidas e sofrimento”. Biden também declarou que EUA e seus aliados vão “responder ao conflito de forma unida e decisiva”. “O mundo responsabilizará a Rússia”, disse ainda.
Em entrevista coletiva cedida nesta quinta-feira (24), o presidente da França Emmanuel Macron condenou a ação da Rússia e prometeu apoio ao território ucraniano. “A Rússia deve encerrar suas operações militares imediatamente. A França está trabalhando com seus parceiros e aliados para encerrar a guerra”, disse.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) António Guterres pediu para que Putin evitasse uma guerra na europa. “Por favor, senhor Putin, leve seus militares de volta. Não permita uma guerra na Europa. Esse conflito deve parar agora. Essa guerra não faz sentido e causará um nível extremo de sofrimento. Essas atitudes terão consequências”, afirmou.
De acordo com o colunista internacional do MyNews Jamil Chade, a grande preocupação dos órgãos internacionais é em relação à crise humanitária que pode acontecer devido ao conflito.
“É nesse trabalho que as agências da ONU já estão operando. Alguns cenários já apontam que existiria a possibilidade, se a guerra continuar, de nós termos 5 milhões de refugiados, algo absolutamente desestabilizador para vários países da região. Se a Hungria tinha problemas com alguns milhares de sírios em 2015, agora a crise é muito maior”, afirmou em entrevista ao Café do MyNews desta quinta-feira (24).
Confira a edição desta quinta-feira (24) do Café do MyNews:
No Brasil, figuras políticas também se manifestaram sobre o conflito. O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou, em frente ao Palácio do Planalto na manhã desta quinta-feira (24), que o Brasil não tem posição neutra sobre o conflito.
“O Brasil não está neutro. O Brasil deixou muito claro que ele respeita a soberania da Ucrânia. Então, o Brasil não concorda com uma invasão do território ucraniano. Isso é uma realidade”, declarou o vice-presidente.
Já o presidente do país, Jair Bolsonaro (PL), não se pronunciou sobre o conflito até a última atualização desta reportagem. Ele participou de um evento público em São José do Rio Preto (SP), na manhã desta quinta (24), mas não fez declarações sobre o assunto.
Na terceira semana de fevereiro o presidente do Brasil esteve na Rússia e chegou a afirmar que é solidário à Rússia, sem especificar sobre o que se referia exatamente.
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Por meio de nota, o Ministério das Relações Exteriores informou que “o governo brasileiro acompanha com preocupação a deflagração de operações militares pela Federação da Rússia contra alvos no território da Ucrânia”.
O órgão também afirmou que o país é membro do Conselho de Segurança das Nações Unidas e que permanece “engajado nas discussões multilaterais com vistas a uma solução pacífica, em linha com a tradição diplomática brasileira e na defesa de soluções orientadas pela Carta das Nações Unidas e pelo direito internacional, sobretudo os princípios da não intervenção, da soberania e integridade territorial dos Estados e da solução pacífica das controvérsias”.
Ainda no fim de 2021, tropas russas começaram a ocupar territórios próximos à fronteira ucraniana. Na época, o presidente russo Vladimir Putin afirmou que não havia intenção de invadir o país vizinho. No entanto, na segunda-feira (21) Putin reconheceu as regiões de Donetsk e Luhansk como repúblicas independentes da Ucrânia e também autorizou o envio de militares russos para áreas separatistas do país ucraniano.
As causas do conflito são múltiplas, mas o interesse da Ucrânia em fazer parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar internacional liderada pelos Estados Unidos e composta por 30 países, é apontada por especialistas como uma das principais. Além disso, desde 2014 a Ucrânia sofre com embates separatistas entre as áreas de Donetsk e Luhansk e o resto do país.
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