O presidente Jair Bolsonaro resistiu em demitir o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco. Na última sexta-feira (18), Bolsonaro anunciou o general Joaquim Silva e Luna, ex-ministro da Defesa e diretor-geral da Itaipu Binacional, para substituí-lo. “Vocês querem que eu faça igual à Dilma, pô?”, teria respondido Bolsonaro quando foi aconselhado pela primeira vez a fazer a troca, segundo auxiliares palacianos.
Durante a gestão da ex-presidente Dilma Rousseff, a variação dos preços internacionais era repassada de forma defasada aos consumidores, gerando prejuízos à estatal. No fundo de Michel Temer, o presidente da Petrobras na época, Pedro Parente, pediu demissão quando sentiu que o emedebista pressionaria no mesmo sentido.
Bolsonaro acabou convencido pela ala militar de que a substituição seria necessária diante dos sucessivos aumentos no preço dos combustíveis. Argumentaram que o problema transcende governos e precisaria ser enfrentado.
A substituição já vinha sendo discutida no governo há 15 dias. Bolsonaro ficou irritado porque Castello Branco se mostrou insensível à pressão dos caminhoneiros devido ao aumento do diesel. Em uma reunião virtual, o dirigente teria dito que uma eventual greve dos caminhoneiros não seria problema dele.