O serviço de inteligência norte-americano apresentou provas do crime e o governo Biden promoveu uma série de sanções ao país
por Liliane Machado em 03/03/21 15:09
Os Estados Unidos acusaram a Rússia de ter envenenado Alexei Navalny, líder da oposição ao presidente Vladimir Putin. O anúncio foi feito nesta terça-feira (2), em conjunto com sanções contra sete responsáveis russos e 13 empresas da Rússia e Europa.
De acordo com o serviço de inteligência norte americano, testes toxicológicos comprovaram que o veneno utilizado tinha sido desenvolvido por cientistas soviéticos na década de 1970. Outra investigação da Organização das Nações Unidas (ONU), chegou a conclusões semelhantes depois de quatro meses de estudo.
Diante dos fatos, o governo Biden justificou as primeiras sanções contra Moscou, atingindo pessoas ligadas ao Kremlin. Como é o caso do diretor do FSB, Alexander Bortnikov.
De acordo com o Departamento do Tesouro dos EUA, as sanções atingem, além de Bortnikov, Andrei Yarin, chefe do departamento responsável por políticas públicas internas; Sergei Kiriyenko, vice-chefe de Gabinete de Putin; dois vice-ministros da Defesa, Pavel Popov e Alexei Krivoruchko; o chefe do Serviço Penitenciário Federal, Alexander Kalashnikov; e o procurador-geral da Rússia, Igor Krasnov. Todos eles terão os bens em território americano congelados, e não poderão usar terceiros para movimentar esses patrimônios.
O Kremlin chamou as medidas norte-americanas de “ataque hostil”, e prometeu uma resposta “não necessariamente de forma simétrica”. Não é certo que a Casa Branca divulgue o relatório completo de inteligência sobre o caso Navalny.
Nesta quarta-feira (3), o Kremlin anunciou considerar “absolutamente inaceitáveis” as novas sanções adotadas pela União Europeia e pelos Estados Unidos contra os russos pelo envenenamento e “perseguição” judicial contra Alexei Navalny.
De acordo com o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, as sanções visam “prejudicar significativamente as relações já degradadas” entre a Rússia e o Ocidente. Peskov citou as divergências que marcam os grandes temas internacionais como as acusações contra a Rússia sobre atuações eleitorais, espionagem e ataques de cibernéticos de grande escala.
No fim do mês de janeiro, o presidente Joe Biden conversou por telefone com o chefe de governo da Rússia, Vladmir Putin. O recém-eleito presidente estadunidense teria pedido a libertação de Navalny na ocasião, o que não aconteceu.
O anúncio das sanções nesta semana apresentam uma mudança de postura dos Estados Unidos em relação ao governo do ex-presidente Donald Trump.
De acordo com um dos altos funcionários de Washington D.C., este é um recado aos russos. “Estamos enviando um sinal claro à Rússia de que há consequências para o uso de armas químicas”, revelou a fonte anônima citada em reportagem da Rádio Jovem Pan.
Navalny é um dos mais importantes e atuantes opositores de Putin. Ele foi envenenado em agosto do ano passado, durante um voo, chegou a ficar em coma e passou meses se recuperando na Alemanha.
Em janeiro de 2021 ele voltou para a Rússia, onde foi condenado a dois anos de prisão em fevereiro e está detido desde então. Os Estados Unidos, em uma ação conjunta com a União Europeia, renovaram os pedidos para que a Rússia liberte Navalny imediatamente, e afirmaram que o julgamento foi injusto.
A Rússia já prometeu retaliar a decisão da Casa Branca.
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