Tatiana Roque destaca que negacionismo na pandemia tem “consequências trágicas”
por Luciana Tortorello em 01/07/21 11:17
Para a coordenadora do Fórum da Ciência e Cultura da UFRJ, Tatiana Roque, não há dois lados quando o assunto é ciência e que até se chegar ao consenso científico, existem teorias em andamento. Graduada em matemática e doutora em história da ciência, Roque deu entrevista ao MyNews e também falou sobre negacionismo.
A professora avalia enxerga com preocupação autoridades que divulgam ideias negacionistas e fake news porque o alcance que essas pessoas têm é muito maior do que uma pessoa comum.
“Isso começa a ter maior repercussão quando é apoiado por pessoas que têm poder de influenciar muita gente. Melhor exemplo disso é o próprio Presidente da República, quando ele dá uma declaração na televisão defendendo um tratamento sem comprovação da eficácia, falando contra uso de máscara, falando contra as medidas de distanciamento social, não é como um cidadão qualquer dizer isso, tem o poder de influenciar muita gente e se trata, nesse caso de uma evidente falha no combate a pandemia, da qual a gente tá vendo as consequências trágicas neste número enorme de mortes, mais de 500 mil”, relata a coordenadora da UFRJ.
Roque explica que em ciência existem teorias em andamento e não lados, mas que há sim a possibilidade de contestação, enquanto uma teoria vai avançando, para que se chegue em um consenso científico.
“A gente está falando de pesquisas científicas que estão em andamento, aí sim é verdade que a gente tem certeza sobre várias questões mas sobre outras não, por isso que é muito importante esse lugar da recomendação, que é um lugar daqueles que fazem o papel de mediador entre a ciência e a sociedade, aqueles que vão falar para a sociedade sobre as pesquisas que estão em andamento. Por exemplo, sobre vacinas a gente teve pesquisas que estão muito recentes, mas sobre as quais se temos bastante certeza sobre a eficácia das vacinas e sobre a necessidade das pessoas tomarem vacina”, argumenta Roque.
A coordenadora do Fórum da Ciência e Cultura da UFRJ vê ainda muita dificuldade quando o assunto é fazer essa comunicação da ciência para o público em geral fluir, principalmente no momento pandêmico em que vivemos. “o tempo da ciência é um e o tempo, da pandemia outro e a ciência, ela trabalha assim com idas e vindas ela trabalha com contestações e controversas, mas num momento como a gente está vivendo agora, a gente tem que estar muito atento àquilo que a ciência tem demonstrado, que a ciência tem que formado consenso sobre e aquilo que se trata de uma iniciativa de má-fé de grupos negacionistas, que inclusive tem interesses políticos na difusão dessas fake news. Eu acho que isso está muito embaralhado no debate público hoje e tem consequências muito graves durante a pandemia”.
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