Brasil se absteve na votação do Conselho de Direitos Humanos que provou apuração sobre o conflito que deixou ao menos 244 mortos
por Hermínio Bernardo em 28/05/21 14:15
A ONU abriu uma investigação para apurar abusos de direitos humanos em Israel e em territórios palestinos depois do conflito entre os dias 10 e 21 de maio.
A investigação tentará reunir provas que poderão ser usadas em processos judiciais e, dependendo do que for apurado, identificar os culpados que poderão ser julgados.
Depois de 11 dias de ataques, Hamas e Israel concordaram com um cessar-fogo que está em vigor. O acordo foi aprovado após uma mediação do Egito. O episódio deixou ao menos 244 mortos, sendo 232 palestinos e 12 israelenses.
É a primeira vez que uma investigação é estabelecida com tempo indefinido. Outras comissões de investigação têm um prazo que precisa ser renovado. Existe, por exemplo, uma apuração sobre a guerra civil na Síria que precisa ser renovada a cada ano para continuar.
Na sessão, a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, declarou que os bombardeios israelenses sobre a Faixa de Gaza poderiam ser considerados crimes de guerra. Ela também declarou que os foguetes lançados pelo Hamas contra o território israelense desrespeitaram o direito internacional.
Israel já declarou que não vai cooperar com a investigação. O governo israelense disse que é uma tentativa de limpar os crimes cometidos pelo Hamas, que são terroristas. O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, chamou a decisão da ONU de vergonhosa.
Já o Hamas, que controla a Faixa de Gaza, declarou que agiu em “resistência legítima” e pediu uma punição internacional a Israel.
A resolução foi aprovada pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU. Dos 47 países membros, 24 países votaram a favor, 9 contra e 14 se abstiveram. O Brasil está entre os que preferiram a abstenção.
O Brasil foi representado pela embaixadora Maria Luisa Escorel. Na fala dela, a embaixadora disse que apoia o diálogo e que o Brasil apoia um acordo de longo prazo. Mas, sobre os ataques, ela teve um claro posicionamento a favor de Israel.
A embaixadora disse que “o Brasil condena nos termos mais fortes os lançamentos de foguetes de Gaza contra a população israelense pelo Hamas e por outros grupos militantes”.
Quanto aos bombardeios de Israel, ela disse que as mortes de civis e danos do lado palestino preocupam, e pediu para que Israel tenha “cautela máxima enquanto exercem seu direito de autodefesa”.
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