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Poder, religião e medo: MyNews Traduz explica os evangélicos na política

Uma das maiores e mais importantes bancadas do Congresso, a Frente Parlamentar Evangélica é assunto de debate

por Thales Schmidt em 25/04/21 17:48

Criada em 2003, a Frente Parlamentar Evangélica (FPE) tem hoje a assinatura de mais de duas centenas de congressistas, inclusive do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). O MyNews Traduz, programa exclusivo para membros do canal, conversou com dois especialistas para entender como é a atuação dos evangélicos na política partidária.

A jornalista e cientista política Deysy Cioccari destaca que antes da Constituição de 1988, os evangélicos já estavam na política, mas de maneira isolada, e que é com a criação da FPE que o grupo ganha força. Apesar da Frente Parlamentar ser formada por diversos partidos, ela enxerga uma unidade discursiva.

“Eles [evangélicos] tem uma pauta ideológica muito forte. Eles são contra a igualdade de gênero, contra o casamento de pessoas do mesmo sexo, aborto, inclusive foi essa pauta que lançou o [Jair] Bolsonaro em 2014”, diz Cioccari. “Eles trabalham muito forte, é impressionante, com a questão da preservação de costumes. Não é tanto uma bancada, uma frente parlamentar que prega, como a bancada das armas, a criação de pautas. Eles estão na preservação de costumes.”

A jornalista destaca que o medo é um elemento que organiza o discurso do grupo político. O coordenador do programa de pós-graduação em ciência da religião da PUC São Paulo, Edin Sued Ahumanssur, concorda com a avaliação e destaca que o medo é, também, um elemento central da religião de uma maneira geral.

Ahumanssur afirma que a Assembleia de Deus, seguida pela Universal do Reino de Deus, são as igrejas evangélicas com o maior participação na política partidádia. O professor da PUC diz que os evangélicos, assim como os militares, são um elemento importante do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

“Evangélicos de um lado e militares do outro. É isso que compõe os escalões do governo do presidente Bolsonaro. E isso é muito sintomático e revelador do que é esse governo que se pauta na força da arma por um lado, ou no imaginário, simbolicamente, a questão do Exército, e na força da religião, diz Ahumanssur.

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