Pesquisa mostrou que 69,4% dos brasileiros gastam mais ou o equivalente ao que ganham
por Juliana Causin em 22/07/21 20:44
Em uma escala de 0 a 100, a média da saúde financeira dos brasileiros está em 57 pontos, segundo apontou o Índice de Saúde Financeira do Brasileiro (I-SFB), lançado nesta semana pelo Banco Central e pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Quanto mais alto o número, melhor o resultado. Com pontuação um pouco acima do patamar intermediário, a situação média da população brasileira é de equilíbrio de contas no limite, sem espaço para o erro.
O indicador foi elaborado com base em pesquisa feita com 5.220 pessoas de diferentes regiões do país, classes econômicas e faixas etárias. Ao todo, segundo a pesquisa, 48,3% da população está abaixo da faixa média de pontuação – ou seja, tem saúde financeira “baixa”, “muito baixa” ou “ruim”. Outros 41,6% tem a situação “boa”, “muito boa” ou “ótima”, enquanto 10,1% tem a saúde financeira “ok”.
A pesquisa mostra ainda que 69,4% dos brasileiros gastam mais ou o equivalente ao que ganham. Para 58,4% da população, as despesas e compromissos financeiros são, de alguma forma, motivo de estresse em casa. Mais da metade da população (62%) também considera que a maneira como cuida do dinheiro não permite aproveitar a vida.
Desenvolvido pelo Banco Central, Febraban e especialistas, o I-SFB foi criado com base em ferramentas já aplicadas em outros países como Estados Unidos, Escócia e Cingapura. O índice é composto por um questionário com 15 perguntas obrigatórias e três opcionais. Entre as questões avaliadas, estão: a capacidade de cumprir as obrigações financeiras correntes, a disciplina e o autocontrole para cumprir os objetivos e a sensação de segurança em relação ao futuro financeiro, entre outras.
Em entrevista ao MyNews Investe, Igor Rongel, chefe de investimentos do C6 Bank, diz que a pandemia trouxe complicações adicionais à saúde financeira dos brasileiros, mas o cenário, antes, já era preocupante. “A gente tem um percentual alto da população com dificuldade de fechar o mês ou que fecham no limite”, diz.
Para Rongel, o primeiro passo para organização das finanças é a disciplina. “O melhor é você guardar um pouco todo o mês e tentar eventualmente guardar uma quantia de dinheiro mais relevante. Isso faz muita diferença no médio prazo”, diz ele. “Você ter um recurso guardado, reservado para uma emergência, é extremamente importante para fazer frente a períodos instáveis. A gente deveria ter essa disciplina de ter um recurso que você possa acessar em uma eventualidade”, completa.
Em relação à formação de uma reserva de emergência, ele explica que o ideal é que esse dinheiro seja alocado em recursos com instabilidade, sem riscos. “Carteira de ações, ações e mercado de renda variável são indicados para pessoas que já têm uma reserva de emergência”, diz.
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