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Taxar super-ricos não é uma ideia maluca, diz cientista político americano

Segundo Christopher Garman, diretor do Eurasia Group, pauta vem ganhando força em vários países do mundo, como Estados Unidos e nações da Europa

por Sofia Pilagallo em 06/08/24 17:14

Cientista político americano Christopher Garman concede entrevista ao MyNews | Foto: Reprodução/MyNews

A taxação dos super-ricos não é uma ideia maluca, embora a pauta tenha pouca adesão no Brasil. Foi o que afirmou o cientista político americano Christopher Garman, especialista em política de gestão macroeconômica em mercados emergentes e diretor do Eurasia Group, durante participação no Além das Manchetes. Segundo ele, a pauta vem ganhando força em vários países do mundo, como Estados Unidos e nações da Europa, e deve ser discutida na reunião do G20, em novembro, no Rio de Janeiro.

“As pautas que o Brasil está colocando ao sediar o G20 têm um alinhamento muito grande à desigualdade social, à sustentabilidade e à fome”, afirma Garman, acrescentando que esses problemas dizem respeito principalmente a países do sul global, mas tem apelo a nações da Europa. “O tema de taxar os super-ricos é um pouco fora do alcance, mas essa não é uma ideia maluca”, completou.

Leia mais: Um abismo chamado Brasil: o rombo nas contas públicas e o mito do déficit zero

De acordo com o cientista político, o Brasil deve conseguir entregar poucos resultados concretos até o G20 em relação ao que se espera do governo, como a erradicação da pobreza e da fome no país. Apesar disso, será capaz de promover debates proveitosos para avançar nas pautas propostas. Ele acredita que, apesar das declarações polêmicas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre temas como a guerra na Ucrânia e o conflito no Oriente Médio, o Brasil tende a ter uma “política interna construtiva”.

No primeiro ano de seu mandato, quando a guerra na Ucrânia estava nas manchetes dos principais jornais, Lula disse acreditar que tanto Rússia quanto Ucrânia deveriam fazer concessões para alcançar um acordo de paz. A posição é contrária à da maioria dos líderes mundiais, que tomam o lado da Ucrânia no conflito. Mais recentemente, comparou os ataques israelenses à Faixa de Gaza com o Holocausto, genocídio de judeus cometido pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.

Assista à entrevista de Christopher Garman ao Além das Manchetes:

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