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SEGUNDA CHAMADA

Abin Paralela tinha objetivo de consumar um golpe de Estado, diz comentarista

Segundo investigação, policiais, servidores e funcionários da Abin formaram organização criminosa para espionar autoridades e desafetos políticos do ex-presidente Jair Bolsonaro

por Sofia Pilagallo em 12/07/24 12:24

Comentarista política Andrea Gonçalves participa do Segunda Chamada de quinta-feira (11) | Foto: Reprodução/MyNews

A chamada “Abin Paralela” visava desestabilizar as instituições democráticas para consumar um golpe de Estado, afirmou ao Segunda Chamada de quinta-feira (11) a comentarista política Andrea Gonçalves. As investigações sobre o esquema, que teve o sigilo retirado na quinta-feira, apontam para uma série de irregularidades no uso de sistemas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para espionar autoridades e desafetos políticos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo os investigadores, policiais, servidores e funcionários da Abin invadiram os celulares e computadores de 22 pessoas, formando uma verdadeira organização criminosa.

“A ‘Abin Paralela’ tinha um objetivo certo e determinado, que era causar a desestabilização das instituições democráticas para um fim específico: uma tentativa de golpe”, disse Andrea. “O delegado que fez todo esse trabalho escreveu no relatório que, direta ou indiretamente, todas as informações, verdadeiras ou não, foram utilizadas pelo gabinete do ódio e acabaram reverberando no ataque à democracia em 8 de janeiro.”

Leia mais: ‘Sensação de impunidade por parte de agentes do Estado é legado da ditadura’, diz ex-preso político

Os investigadores encontraram provas de que, a partir da espionagem, delegados e agentes da Polícia Federal eram responsáveis pela criação de relatórios forjados, com informações falsas, que ligavam as pessoas monitoradas a organizações criminosas, como o Primeiro Comando da Capital (PCC). Esses relatórios eram enviados para o chamado “gabinete do ódio”, milícia digital liderada por Carlos Bolsonaro. Enquanto as mentiras tinham o objetivo de destruir reputações de autoridades públicas, as informações coletadas eram usadas para chantagear, intimidar e calar adversários.

Em vídeo enviado ao MyNews, o deputado federal Kim Kataguiri (União), um dos alvos da Abin Paralela, afirmou que a confirmação de que estava sendo espionado o deixa “feliz”, uma vez que os criminosos investigaram toda a vida dele e, ainda assim, não encontraram nada que pudesse ser usado para prejudicá-lo. Disse, ainda, que o esquema mostra o “caráter autoritário e persecutório do governo Bolsonaro”, que estava mais preocupado em perseguir adversários políticos do que em governar. Por fim, alertou que tomará todas as medidas judiciais cabíveis para responsabilizar as pessoas envolvidas na organização criminosa.

Assista abaixo ao Segunda Chamada de quinta-feira (11):

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