Prefeito de São Paulo e candidato à reeleição escolheu como companheiro de chapa um coronel da reserva da Polícia Militar, indicação do ex-presidente Jair Bolsonaro
por Sofia Pilagallo em 24/07/24 15:22
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) | Foto: Divulgação/Leon Rodrigues/Secom
Ricardo Nunes (MDB) mudou de postura. Antes, enquanto vice de Bruno Covas (PSDB), e a partir de maio de 2021, já prefeito de São Paulo, adotava um discurso moderado. Agora, candidato à reeleição, se alia à extrema direita, tendo escolhido como companheiro de chapa um coronel da reserva da Polícia Militar, indicação do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Na segunda-feira (22), Nunes participou de convenção do PL que oficializou a nomeação de Ricardo Mello Araújo. No evento, proferiu ofensas ao deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), seu principal adversário na disputa. Sem citar Boulos nominalmente, se referiu a ele como “vagabundo”, “invasor” e “sem vergonha”. O cientista político Cláudio Couto, que conversou com o MyNews, chamou a conduta de “covarde” e “lamentável”.
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Segundo Couto, a intenção de Nunes ao fazer tais declarações na convenção do PL foi sinalizar ao eleitorado bolsonarista que mudou de postura e está agora alinhado à extrema direita, não mais a uma direita moderada. Essa é uma mudança recente. O cientista político lembra que o prefeito marcou presença em uma manifestação promovida por Bolsonaro na Avenida Paulista, em 25 de fevereiro, mas mal apareceu publicamente.
“Nunes foi à manifestação, mas ficou escondido. Entrou no meio da multidão que estava perto do carro de som e ali ficou, de forma que ninguém conseguia vê-lo. Procurou não passar muito recibo de sua presença”, afirmou Couto. Ele acredita que Nunes só começou a ter uma mudança de postura um pouco mais clara com a entrada do coach Pablo Marçal (PRTB) na disputa pela Prefeitura. “Quando Marçal se reúne com Bolsonaro, se apresenta como um candidato mais autêntico e começa a pegar votos que poderiam estar indo para ele, Nunes percebe que precisa se mexer.”
Couto ressalta que, ainda que Nunes tenha assumido só recentemente uma postura alinhada à extrema direita, o passado político do prefeito mostra que essa mudança não é nenhuma grande surpresa. Antes de assumir a Prefeitura de São Paulo, entre 2013 e 2021, Nunes foi vereador da capital paulista e, no período, defendeu pautas ultraconservadoras. Ele fez parte da bancada religiosa na Câmara Municipal e atuou contra a chamada “ideologia de gênero”. Foi também coautor do texto que pretendia implementar o “Escola sem Partido”, projeto de lei criado em 2014 para avançar uma agenda conservadora na educação brasileira.
Assista ao Segunda Chamada de terça-feira (23) e veja indiretas de Ricardo Nunes a Guilherme Boulos:
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