Jornalismo Independente
Glauber Braga durante a greve de fome que realizou no plenário onde o Conselho de Ética aprovou perda de seu mandato | Foto: Afonso Maragoni/MyNews
GANHOU FÔLEGO
Depois de oito dias de greve de fome, deputado do PSol anuncia fim do movimento, após garantia do presidente da Câmara que seu caso não será apreciado imediatamente
Depois de oito dias em greve de fome, o deputado Glauber Braga (PSol-RJ) decidiu suspender seu protesto e deu fim a greve de fome em medida contra a decisão do Conselho de Ética, que recomendou a perda de seu mandato. A decisão do psolista se deu após acordo com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que assegurou que a apreciação de seu caso no plenário será postergado.
“Vou anunciar a suspensão da greve de fome, mas quero fazer agradecimentos e depois falar da política: onde estamos, quais são as próximas etapas e para onde nós vamos”, afirmou Glauber, que, nesse período perdeu mais de cinco quilos, ingeriu apenas água, soro e isotônico.
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Em manifestação nas redes sociais, Motta anunciou que, após conversa com a deputada Sâmia Bonfim (PSol-SP) e com o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), ficou firmado que antes de 60 dias após o julgamento do recurso de Glauber na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) o caso não será votado por todos os 513 parlamentares no plenário.
“Em diálogo com a deputada Sâmia Bonfim (PSol-RJ) e o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), avançamos para o fim da greve de fome do deputado Glauber Braga (PSol-RJ). Garanto que, após a deliberação da CCJ, qualquer que seja ela, não submeteremos o caso do deputado ao Plenário da Câmara antes de 60 dias para que ele possa exercer a defesa do seu mandato parlamentar. Após este período, as deputadas e os deputados poderão soberanamente decidir sobre o processo”, registrou Motta.
Glauber afirmou aos jornalistas que suspendia a greve de fome, mas não sua luta contra o orçamento secreto.
“Estamos suspendendo a greve de fome, mas não suspendendo a luta contra o poder oligárquico, não suspendendo a luta pela responsabilização dos assassinos da morte de Marielle, não suspendendo a luta pela responsabização dos golpistas”, afirmou.
Antes de tomar a decisão de suspender a greve de fome, o deputado se reuniu com movimentos sociais, que, de forma unânime, defenderam que ele terminasse essa forma de protesto. O PSol informou que, por recomendações médicas, Glauber terá todo um protocolo para transição da greve de fome para a alimentação normal.
O conselho recomendou a cassação do mandato de Glauber por 13 votos a favor e 5 contra, na semana passada, numa sessão tumultuada. Ainda durante a votação, o deputado anunciou que protestaria contra a decisão com a suspensão de sua alimentação. Durante sua fala, colegas de partido, assessores e aliados se assustaram com um encaminhamento no qual parecia que iria renunciar ao mandato.
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Agora, a defesa de Glauber, feita pelo escritório do advogado André Maimoni, irá recorrer à CCJ para tentar reverter a decisão, e avalia recursos também no Supremo Tribunal Federal (STF). Com o prazo de 60 dias garantido por Motta, o caso do psolista não será concluído no primeiro semestre.
Pena mais leve
Lindbergh Farias afirmou que esse tempo será utilizado para trabalhar por uma pena mais branda Glauber, como a suspensão de seu mandato.
“Ganhamos tempo para negociar, trocar a cassação por outra pena. Foi uma vitória importante, dá para construir caminhos”, afirmou Lindbergh.
Veja Segunda Chamada, do MyNews, sobre Glauber Braga
