Político francês era abertamente racista e tinha ideais extremistas em geral; ao longo da vida, acumulou condenações na Justiça em casos de antissemitismo
por Sofia Pilagallo em 07/01/25 12:37
Jean-Marie Le Pen no ano de 2005 | Foto: Wikipédia
Jean-Marie Le Pen, líder histórico da extrema direita na França, morreu aos 96 anos nesta terça-feira (7), informou a família à agência de notícias France Presse (AFP). Ele estava internado em uma casa de repouso havia várias semanas e morreu “cercado por sua família”.
Le Pen era abertamente racista e tinha ideais extremistas em geral. Ao longo da vida, acumulou condenações na Justiça em casos de antissemitismo e era constantemente acusado de xenofobia e racismo.
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Em um dos casos, foi condenado e multado em 1990 por contestar crimes de guerra dos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial ao dizer que as câmaras de gás, utilizadas para matar judeus, eram “apenas um detalhe” da história do conflito. O comentário provocou indignação na França.
Em 1972, Le Pen fundou a Frente Nacional, atual Reunião Nacional (RN). Inicialmente, o partido reunia neofascistas. Depois, foi se moderando, mas ainda é considerado a principal sigla da extrema direita na França. O líder extremista concorreu cinco vezes à Presidência da França, todas sem sucesso. A última delas foi em 2007.
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Jean-Marie é pai de Marine Le Pen, principal nome da extrema direita na política francesa atualmente. Apesar de terem ideais semelhantes, os dois já tiveram desentendimentos que levaram a uma ruptura.
O negacionismo de Jean-Marie com relação à tragédia humanitária ocorrida na Segunda Guerra Mundial levou Marine a expulsá-lo do RN em 2015, causando um “racha” na família. À época, o líder extremista acusou a filha de traição e disse ter vergonha que a presidente do partido levasse seu nome.
O presidente da França, Emmanuel Macron, um centrista, expressou “suas condolências à família e aos amigos (de Le Pen)”, em uma declaração curta, diferentemente do usual, emitida pelo palácio presidencial. Nas redes sociais, o atual presidente do RN, Jordan Bardella, lamentou a morte do líder extremista, afirmando que ele “sempre serviu à França”, defendendo sua “identidade” e “soberania”.
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