Segundo Hélio Ferreira Lima, “Operação Luneta” era “desenho operacional” destinado a prever possíveis atos golpistas
O tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, réu do núcleo 3 do processo que apura a suposta tentativa de golpe de Estado em 2022, afirmou que documento nomeado “Operação Luneta”, apreendido pela Polícia Federal (PF), não se tratava de plano para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder, mas sim de esboço de um “estudo de cenário prospectivo”, chamado de “desenho operacional” destinado a prever supostos atos golpistas e as possíveis reações a eles.
“A função do oficial de inteligência é reduzir incertezas e evitar surpresas, então não há ordens para fazer esse cenário prospectivo”, afirmou Hélio Lima. “As etapas de um golpe de estado que foram elencadas lá [no documento] na verdade é uma análise prevista em manual […]. A gente estuda o estado atual, o que poderia acontecer se as forças atuassem, o que poderia acontecer se ninguém atuasse […] e o que acontecia se mais da metade das forças fossem apresentadas. Então, isso aqui, é uma análise.”
A explicação foi dada durante interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira (28), presidido pelo juiz auxiliar Rafael Henrique, do gabinete do ministro do STF Alexandre de Moraes.
O arquivo chamado “Operação Luneta” foi encontrado em um pen drive na posse do réu e apontava como intenção estratégica “realizar a prisão preventiva dos juízes supremos considerados geradores de instabilidade”. De acordo com a investigação, Hélio Lima, que está preso há nove meses, atuava na tropa de elite dos Kids Pretos e teria como uma de suas missões capturar Alexandre de Moraes.