Obra dirigida por Santiago Mitre é inspirada na história real de dois promotores que decidem investigar e denunciar os militares envolvidos na ditadura
por Camilla Lucena* em 03/01/25 13:36
Jornalista Mara Luquet, CEO do MyNews, comenta o filme 'Argentina, 1985' | Fotos: Reprodução YouTube MyNews/Divulgação
É importante mostrar os abusos cometidos na ditadura para que a história não se repita. Foi o que afirmou a jornalista Mara Luquet, CEO do MyNews, ao comentar o filme Argentina, 1985, durante um programa especial de final de ano exibido pelo Canal MyNews.
“É importante [mostrar os abusos cometidos na ditadura] para que isso não se repita”, disse Mara. “Esse filme é belíssimo. Vale a pena assistir.”
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O filme, dirigido por Santiago Mitre e lançado em 2022, é inspirado na história real dos promotores Julio Strassera e Luis Moreno Ocampo, que decidem investigar e levar a julgamento os militares envolvidos nos abusos cometidos durante a ditadura militar na Argentina (1976-1983). Mesmo enfrentando pressões políticas e ameaças, Strassera e Ocampo conseguem reunir provas e construir um caso sólido que levou os militares ao tribunal.
O processo, que ficou conhecido como “Julgamento das Juntas”, é o primeiro julgamento no mundo por um tribunal civil contra comandantes militares que estiveram no poder. O julgamento teve início em 22 de abril de 1985, já durante o governo de Raúl Alfonsín, primeiro presidente eleito após a redemocratização do país.
Após cerca de 530 horas de audiências, em que foram ouvidas mais de 800 testemunhas, 709 pessoas foram julgadas e sentenciadas. Todo o processo foi transmitido ao vivo para a população e acompanhado por mais de 500 jornalistas.
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Para Mara, uma das cenas mais emocionantes do filme é a que a mãe de Ocampo, que era filha de militares e havia apoiado a ditatura, liga para o filho depois de ouvir vários depoimentos e se desculpa por ter sido contra a decisão dele de se juntar à equipe de promotores. Na ligação, ela diz a Ocampo: “Ainda gosto do [ex-presidente militar Rafael] Videla, mas você está certo: ele tem que ser preso.”
“Pessoas conservadoras ou de direita não necessariamente compactuam com tortura”, pondera a CEO do MyNews. “Então, essas pessoas precisam saber o que aconteceu, sabe? Por isso essa cena da mãe com o filho é belíssima.”
*Sob supervisão de Sofia Pilagallo
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