Política

CONSELHO NACIONAL DA AMAZÔNIA LEGAL

A “falta de educação” de Ricardo Salles

A ausência do Ministro do Meio Ambiente na reunião do Conselho, que aconteceu nesta quarta-feira no Palácio do Itamaraty, irritou o vice-presidente Hamilton Mourão

por Sara Goldschmidt em 27/05/21 12:55

Por onde anda Ricardo Salles? O ministro do Meio Ambiente, que está sendo investigado por exportação ilegal de madeira para os Estados Unidos, anda se esquivando de compromissos públicos. Mas nesta quarta-feira (26), o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, o lembrou de suas responsabilidades. Durante a coletiva de imprensa que sucedeu a 5ª reunião do Conselho Nacional da Amazônia Legal – do qual Mourão é presidente -, o general classificou como “falta de educação” o não comparecimento de Ricardo Salles, bem como a ausência de qualquer representante do Ministério do Meio Ambiente durante o encontro.

Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, recebe advertência do vice-presidente da República, Hamilton Mourão
Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, recebe advertência do vice-presidente da República, Hamilton Mourão. Foto: Marcelo Camargo (Agência Brasil).

O Conselho é formado pela vice-presidência e por 14 ministérios do governo federal. Em caso de ausência, os ministros podem ser representados por suplentes. De acordo com Mourão, somente o Ministério do Meio Ambiente não compareceu.

“lamento profundamente a ausência do ministério mais importante, que não compareceu nem mandou representante, lamento profundamente. Da forma que eu fui formado eu considero isso falta de educação”, disse o general ao final do encontro.

Não é a primeira vez que a ausência de Salles em encontros sobre a Amazônia irrita Mourão. Em janeiro deste ano, o vice convocou uma reunião sobre o fim das operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que autorizava a atuação das Forças Armadas no combate a ilícitos ambientais na Amazônia, mas Salles faltou e também não mandou representante.

O Conselho Nacional da Amazônia Legal é uma estrutura que coordena as ações de preservação no bioma, mas que passa por um processo de esvaziamento. Nesta quarta-feira, Mourão reconheceu que os índices de desmatamento no Brasil “pioraram” nos meses de março e abril e disse que “a situação também não está boa” em maio. Em abril, pelo segundo mês seguido, a Amazônia bateu o recorde recente de desmatamento, segundo dados do Inpe. Foi também o pior abril da série histórica atual, que tem início em 2015.

Foi em abril também que as operações de GLO foram encerradas, e desde então o governo conta com agentes do Ibama e do ICMBio, da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal. Com a redução do efetivo e o aumento do desmate, o vice-presidente admitiu que pode convocar novamente as tropas para a região amazônica. A decisão dependerá, segundo ele, da avaliação que fará dos dados em tempo real nos próximos 8 a 10 dias.

Operação Akuanduba

Durante a coletiva de imprensa, ao final da reunião da Comissão, Hamilton Mourão também foi questionado sobre a operação Akuanduba, que investiga a participação de Ricardo Salles e do Ministério do Meio Ambiente no contrabando de madeira ilegal, mas decidiu manter a diplomacia:

“Por enquanto, é uma investigação. Toda investigação começa com indícios que podem se comprovar ou não. Então, ninguém pode condenar o ministro a priori, enquanto não terminar a investigação”, afirmou. “Até lá, qualquer ilação é isso aí, mera ilação”, complementou.

Íntegra do programa ‘Café do MyNews’ desta quinta-feira (27), que abordou a advertência de Mourão para Salles.

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