O escândalo dos empresários bolsonaristas que articularam em um grupo de WhatsApp um golpe de Estado, continua rendendo! O assunto ficou mais sério quando foi descoberto que, nos celulares apreendidos pela Polícia Federal nas casas dos empresários, há troca de mensagens com o procurador-geral da República, Augusto Aras.
Inclusive foi revelado que Meyer Joseph Nigri, um dos empresários que foram alvo da operação na terça-feira (23), foi o fiador da ida de Augusto Aras para o cargo de procurador-geral da República (PGR). Dono da construtora Tecnisa, Nigri teria ajudado Aras, que assumiu a PGR pelas mãos de Jair Bolsonaro mesmo sem estar entre os indicados para o cargo na lista tríplice da Associação Nacional dos Procuradores da República – quebrando uma tradição que era respeitada desde 2003.
No Almoço do MyNews desta quarta-feira (24), Myrian Clark recebeu o advogado e professor da UERJ, Davi Tangerino, para comentar sobre o episódio: “É absolutamente normal que o Procurador Geral da República tenha amigos empresários, e mesmo que tenha críticas ao Alexandre de Moraes. A depender do tipo de críticas, se não forem palavras pesadas, é legítimo que ele tenha suas opiniões. Como aliás, para ser honesto, o ministro Alexandre talvez também tenha em relação ao Aras, como este episódio mostrou”, explicou o advogado. “A coisa fica complicada se for comprovado que o Aras tinha consciência dessas conversas antidemocráticas e participou ou não tomou nenhuma providência. Nesse caso, seria uma questão jurídica mais sensível. Mas o mero fato dele ser amigo de empresários bolsonaristas e golpistas, não é grave”.