Política

CPI DA PANDEMIA

Advogada de médicos diz que Prevent Senior fez pacto com gabinete paralelo

Gabinete paralelo incluiria Prevent Senior, médicos defensores do “kit covid” e seria alinhado com o Ministério da Economia

por Hermínio Bernardo em 28/09/21 19:59

A CPI da Pandemia ouviu nesta terça-feira (28) a advogada Bruna Morato, que representa 12 médicos da operadora de saúde Prevent Senior. O grupo elaborou um dossiê com denúncias envolvendo a empresa e entregou aos senadores. Entre as irregularidades estão a ocultação de óbitos pela Covid-19 e a prescrição de remédios sem eficácia comprovada.

A advogada contou que a empresa fez um “pacto” com um grupo de médicos que integram um gabinete paralelo de aconselhamento do governo. O objetivo desse acordo era validar a hidroxicloroquina como remédio contra a Covid-19 e evitar um lockdown. Um plano que era alinhado ao Ministério da Economia. Como integrantes do gabinete paralelo, a advogada citou os médicos Anthony Wong, Nise Yamaguchi, Paolo Zanotto.

Segundo a advogada, a Prevent Senior disponibilizava o tratamento com os remédios sem eficácia para reduzir custos. A operadora receitava os medicamentos em vez de fazer a internação dos pacientes. “Segundo a descrição dos médicos, sim. É muito mais barato você disponibilizar um conjunto de medicamentos aos pacientes do que fazer internação dos pacientes”, declarou Bruna Morato.

Os médicos relataram sofrer pressão e assédio constantes para prescrever os remédios, mesmo sabendo que não funcionam contra o novo coronavírus. Os médicos não tinham nenhuma autonomia e os que não seguiam esse protocolo da Prevent eram demitidos. Além disso, os pacientes assinavam, sem saber, um termo de consentimento para o tratamento com esses remédios. Outra denúncia feita pelos médicos se refere à alteração do atestado de óbito dos pacientes. O estudo feito sem o consentimento usaria dados que não são reais.

A advogada ainda deu detalhes de dois casos que repercutiram. O médico Anthony Wong, conhecido pelo negacionismo em relação à pandemia, morreu de Covid-19 em um hospital da Prevent Senior e tomou todos os remédios sem eficácia do “kit covid”. Bruna Morato revelou que Wong ficou internado em uma UTI para pacientes com outras doenças e não na UTI específica para pacientes com Covid-19.

Outro caso é o de Regina Hang, mãe do empresário Luciano Hang, dono da Havan. Os médicos relataram que ela tomou os remédios ineficazes contra a Covid-19 e que os familiares foram informados disso, mas não há termo de consentimento no prontuário da paciente. A advogada relatou ainda que vem sofrendo ameaças e que o escritório dela foi invadido recentemente.

A advogada contou ainda que médicos e enfermeiros trabalharam infectados pela Covid-19 e que os funcionários foram orientados a não usar equipamento de proteção individual no começo da pandemia, em março do ano passado.

Diante das denúncias apresentadas pela advogada, a CPI aprovou um requerimento para solicitar à Procuradoria-Geral da República que investigue uma possível omissão do Conselho Federal de Medicina no caso Prevent Senior.

Os senadores ainda querem convocar o secretário de política econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, ou até mesmo o próprio ministro Paulo Guedes. Nesta quarta-feira (29), quem presta depoimento é o empresário Luciano Hang.

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