Ao final do segundo dia de depoimento, o relator da CPI da Covid, Renan Calheiros, apontou 15 inconsistências nas falas do ex-ministro da Saúde
por Juliana Braga em 21/05/21 11:41
O relator da CPI da Covid-19, senador Renan Calheiros (MDB-AL) apontou 15 inconsistências na fala do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. O ex-auxiliar do presidente Jair Bolsonaro, cuja oitiva era a mais esperada pelos parlamentares, falseou informações e deu declarações que foram desmentidas por dados públicos, ainda durante a sessão. Renan pediu a contratação de agência de checagens para impedirem a disseminação de fake news na CPI.
Uma das mentiras apontadas por Renan foi a de que Bolsonaro nunca tinha mandado suspender a compra da Coronavac, vacina feita pelo Instituto Butantan, em São Paulo, em parceria com a China. Vídeo postado pelo próprio presidente mostra ele dizendo que havia mandado Pazuello cancelar a aquisição.
Outras mentiras: Pazuello afirmou que o aplicativo TrateCOV, aquele que recomendava o uso de cloroquina e tratamento precoce, nunca entrou em operação. Segundo Renan, o programa foi lançado em 11 de janeiro, em Manaus, e com transmissão pela TV Brasil. Ainda sobre tratamento, disse que cloroquina é um antiviral e anti-inflamatório, quando não é uma coisa, nem outra. É um medicamento para o tratamento de malária provocada por um protozoário, não por um vírus. Disse que o medicamento foi usado em grávidas contra o zika vírus, mas o relator sustenta que o que houve foi o início de pesquisas em ratos, que não passaram para humanos.
O ex-ministro disse ainda que o Brasil é um dos países com o maior número de vacinados, mas, segundo o relator, se for considerado o percentual da população, o Brasil aparece na lista após 80 países. Ele também falou que a decisão do Supremo Tribunal Federal de dar autonomia aos estados impediu a ação do Ministério da Saúde quando, na verdade, a decisão do STF nunca proibiu o governo federal de centralizar o enfrentamento à pandemia.
Sobre a crise do oxigênio em Manaus, um dos pontos chaves da CPI, Pazuello disse ter sido informado somente em 10 de janeiro da situação e que faltou o insumo apenas entre os dias 13 e 15 daquele mês. Documentos mostram, no entanto, que ele foi alertado em 7 de janeiro e em um dos momentos mais acalorados do depoimento, o senador Eduardo Braga (MDB-AM) afirmou que durou por 20 dias a crise.
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