Eleito com discurso anticorrupção, Bolsonaro se vê rodeado de denúncias de corrupção ligadas a ele, familiares e aliados
por Rodrigo Borges Delfim em 18/01/21 12:20
Atualizado às 18h37 de 30.dez.2020
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) recebeu uma “condecoração” nada desejada neste final de ano. O atual ocupante do Palácio do Planalto foi eleito “Corrupto do Ano” pela Organized Crime and Corruption Reporting Project’s (OCCRP), um consórcio internacional que reúne jornalistas investigativos e centros de mídia independente.
“Eleito após o escândalo da Lava Jato como candidato anticorrupção, Bolsonaro se cercou de figuras corruptas, usou propaganda para promover sua agenda populista, minou o sistema de justiça e travou uma guerra destrutiva contra a região da Amazônia que enriqueceu alguns dos piores proprietários de terras do país”, afirma a OCCRP em seu site oficial sobre a escolha do atual presidente brasileiro para o título.
De acordo com a OCCRP, Bolsonaro superou por pouco outros dois líderes internacionais conhecidos por seu populismo: o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A lista de finalistas foi completada ainda pelo magnata ucraniano Ihor Kolomoisky.
Ao MyNews, o cofundador e publisher da OCCRP, Drew Sullivan, afirmou que a iniciativa visa alertar as sociedades mundo afora sobre os maus líderes que arrastam consigo os países que governam.
“Queremos que as pessoas entendam que essas pessoas deixam mais corrupção em seu caminho. Como sociedades democráticas, devemos proteger a democracia daquilo que a corromperá e minará”
As investigações que apontam para corrupção envolvendo integrantes da família de Jair Bolsonaro, bem como a suspeita de ligação com grupos de milícias no Rio de Janeiro, também são citadas pela associação como motivos que embasaram a escolha do atual presidente do Brasil neste ano.
A entidade faz a escolha do “Corrupto do Ano” desde 2012. Além de Bolsonaro, outros líderes nacionais que receberam a condecoração duvidosa em anos anteriores foram o presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte (2017), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro (2016), e Vladimir Putin (2014), presidente da Rússia.
Procurado pela reportagem para comentar o anúncio da OCCRP, o Palácio do Planalto não se manifestou até a publicação deste texto.
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