Conselho Federal de Medicina afirma que “alguns senadores” submetem depoentes “a situações de constrangimento e humilhação”
por Thales Schmidt em 02/06/21 18:22
O Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou moção de repúdio nesta quarta-feira (2) em que manifesta “indignação” contra “manifestações que revelam ausência de civilidade e respeito” nos depoimentos de médicos na CPI da Pandemia. A declaração da entidade de classe ocorre no mesmo dia em que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou em sua rede social que a médica Nise Yamaguchi “participou de um verdadeiro tribunal de exceção” e foi tratada de forma “covarde” no colegiado.
“A classe lamenta que esses médicos chamados a depor estejam sendo submetidos a situações de constrangimento e humilhação. Ao comparecer na CPI da Pandemia, qualquer depoente ou testemunha tem garantidos seus direitos constitucionais, não sendo admissíveis ataques à sua honra e dignidade, por meio de afirmações vexatórias”, afirma o CFM em nota.
A entidade lamentou que os “médicos chamados a depor estejam sendo submetidos a situações de constrangimento e humilhação”. O CFM destaca que a nota trata de médicos e médicas como “indivíduos” e não significa “apoio aos seus posicionamentos técnicos, éticos, políticos, partidários e ideológicos”.
O CFM afirma na nota (que pode ser conferida na íntegra neste link) que a moção de repúdio foi encaminhada ao presidente no Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).
Durante seu depoimento na CPI da Pandemia, Yamaguchi insistiu na defesa da cloroquina, remédio ineficaz contra covid-19 e foi confrontada por senadores oposicionistas.
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