O ex-ministro e pré-candidato à presidência Ciro Gomes (PDT) critica a postura de Jair Bolsonaro (PL), atual chefe do Executivo Federal, em relação à invasão russa à Ucrânia. Em entrevista ao programa Cruzando Fronteiras, do Canal MyNews, nesta sexta-feira (4), Ciro classificou as investidas russas como “atos ilegais” e chamou Bolsonaro de “canalha” por ter adotado um posicionamento “dúbio” diante da crise no Leste Europeu.
“A invasão da Ucrânia é um ato ilegal, a carta das Nações Unidas foi rasgada. Portanto, o Brasil não tem que ter dubiedade, temos que censurar essa invasão”, afirmou o pedetista. Ele comentou sobre a declaração de Bolsonaro feita no domingo (27), quando o atual presidente da república afirmou que havia conversado por telefone com o presidente da Rússia Vladmir Putin.
Horas depois, o próprio Bolsonaro desmentiu a afirmação em seu Twitter, alegando que o último contato feito com Putin aconteceu na visita realizada à Moscou na terceira semana de fevereiro. “O Brasil tem um canalha na Presidência da República. Como um canalha diz em um momento grave que a humanidade está passando que passou duas horas ao telefone com o presidente Putin sem sequer ter falado com ele?”, declarou Ciro.
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O pré-candidato também falou sobre os possíveis impactos da guerra sobre a economia brasileira. Entre os “efeitos graves” citados por Ciro estão a alta no preço dos barris de petróleo e uma possível escassez no fornecimento de fertilizantes, visto que a Rússia é responsável por 23% das importações de produtos do gênero para o Brasil.
Na entrevista, o ex-ministro também criticou a atuação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no cenário geopolítico internacional. Citando as origens do bloco, Ciro afirmou que a Otan é uma “instituição anacrônica à luz da ordem nacional acertada no direito e na não violência”.
“Com a dissolução da União Soviética, o Pacto de Varsóvia morreu. Se esse pacto morreu e não há indicações de que a Rússia pretenda voltar ao teatro militar e dominar qualquer fração da Europa, qual o sentido da Otan estar avançando para comunidades que têm uma tradição histórica de convivência com a Rússia?”, questionou o pré-candidato.
Assista abaixo à entrevista na íntegra do Cruzando Fronteiras desta sexta-feira (4):