Ciro Gomes mais contido e light, foi como boa parte do público considerou o desempenho do candidato à presidência pelo PDT, na sabatina do Jornal Nacional desta terça-feira (23). Para o jornalista Ricardo Kotscho, é inegável que Ciro é um dos melhores quadros políticos do país, mas não para ser o chefe da nação. “Ele é um bom líder político regional, como foi no Ceará. Mas nacional nunca foi. Ele não consegue transmitir as ideias para o cotidiano das pessoas! É um grande teórico, mas na hora de colocar a teoria em prática, não consegue! Ele foi um ótimo ministro, mas pra presidente ele não tem algo que o Lula tem e que o Bolsonaro, de certa forma, também tem, que é uma ligação com as pessoas, um apelo popular”.
Kotscho participou do Segunda Chamada na edição especial para comentar a sabatina de Ciro Gomes, ao lado das também jornalistas Mara Luquet e Cristina Fibe, e da cientista política Deysi Cioccari. Jornalista há 57 anos, o ex-Secretário de Imprensa do governo Lula e colunista do portal UOL defende que a mídia tenha seu lado político, sem se desprender da realidade:
“O jornalista é crítico por natureza, faz parte da profissão. Acho importante deixar claro que nunca fui do PT. Trabalhei com o Lula em três campanhas e dois governos, mas nunca fui filiado porque não acho legal jornalista ser filiado, preso a um partido. Nunca escondi que votei no Lula, mas também faço minhas críticas, se necessário. Por outro lado, o que não acho legal é a neutralidade. Jornalista isento não existe, todo mundo tem suas preferências políticas. E a mídia pode e deve ter seu lado, mas não pode brigar com os fatos”.