Também será feita uma acareação entre Anderson Torres e o ex-comandante do Exército Freire Gomes
O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes autorizou nesta terça-feira, 17, duas acareações no âmbito da ação penal da tentativa de golpe. Uma, pedida pela defesa de Braga Netto, será entre ele e Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e colaborador premiado. A outra acareação, pedida pela defesa de Anderson Torres, entre o cliente e o ex-comandante do Exército Freire Gomes.
Cid e Braga Netto ficarão frente a frente na próxima terça-feira (24), às 10h, na sala de audiências do Supremo. O general da reserva, que foi ministro de Bolsonaro e candidato a vice na chapa do ex-presidente que concorreu à Presidência da República, está preso em uma unidade militar no Rio de Janeiro, mas deverá comparecer pessoalmente à Corte.
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Os advogados de Braga Netto defenderam que a acareação será importante “a fim de que sejam dirimidas as divergências entre as declarações por eles prestadas”, alegando que os interrogatórios de Cid e do ex-ministro “contêm divergências entre si”. Após a decisão, eles pediram, o adiamento da acareação para 27 de junho, porque um deles estará viajando. Moraes ainda não decidiu sobre este ponto.
Entre as divergências apontadas está a afirmação de Cid de que o general teria repassado dinheiro para ele em uma sacola de vinho para financiar ações em apoio a uma tentativa de golpe de Estado. No interrogatório, Braga Netto rechaçou a delação e negou ter transportado dinheiro em sacolas de vinhos para financiar o plano golpista.
A outra acareação será entre Anderson Torres e Freire Gomes, ex-comandante do Exército. A defesa alegou que “especificamente no que tange a Anderson Torres, o depoimento de Freire Gomes está recheado de contradições, ao passo que as declarações prestadas pela testemunha, talvez até pelo cansaço (foram 11 horas de depoimento), e pelo acusado divergem frontalmente em ponto nevrálgico do processo”.
Na decisão, Moraes marcou para terça-feira (24), às 11h, a audiência em que o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal ficará frente a frente com o general.