Expulsão de 1 milhão de imigrantes irregulares a cada ano custaria o equivalente a R$ 5,54 trilhões aos cofres públicos dos EUA ao longo de uma década
por Camilla Lucena* em 12/11/24 16:07
Oficial do Departamento de Controle de Fronteiras dos EUA | Foto: Reprodução/American Immigration Council
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, é conhecido por seus posicionamentos machistas, racistas e xenófobos. Ao longo da campanha, ele fez discursos inflamados em que se posicionou contra a imigração ilegal, chegando a chamar esses estrangeiros de “animais”. Entre suas principais propostas para o próximo mandato, está a deportação em massa de pessoas sem visto no país.
A medida pode parecer animadora para a parcela mais conservadora do eleitorado americano, mas os dados mostram que ela terá um custo alto a longo prazo. Segundo cálculos do American Immigration Council, se a cada ano forem deportados aproximadamente 1 milhão de imigrantes ilegais, como prevê o vice-presidente eleito J.D. Vance, os EUA gastariam U$ 960 bilhões (cerca de R$ 5,54 trilhões) ao longo de uma década.
Uma operação de deportação em massa não é simples e demandaria uma série de custos para ser implementada. Entre eles, estão, por exemplo, a contratação de milhares de funcionários e agentes, inclusive nos tribunais de imigração, responsáveis pelas expulsões e pelas ações contrárias às decisões de importação; e a construção de campos de detenção de imigrantes.
Um levantamento da Pew Research Center, divulgado em setembro deste ano, mostrou que, em 2023, os imigrantes representavam 14,3% da população dos EUA, totalizando 47,8 milhões de pessoas. Em 2022, pelo menos 11 milhões de imigrantes estavam no país ilegalmente, seja porque cruzaram a fronteira cladestinamente, seja porque chegaram com um visto temporário e permaneceram nos EUA após o tempo permitido.
Grande parte desses imigrantes trabalham em indústrias de construção, agricultura e serviços essenciais para a sociedade, o que poderia trazer consequências mais profundas para a economia americana. Não menos importante, o governo deixaria de receber bilhões de dólares em impostos pagos por essa parcela da população, de acordo com o American Immigration Council.
As expectativas de uma possível grande onda migratória tensionam o governo canadense. O primeiro-ministro, Justin Trudeau, tem diminuído suas próprias metas de imigração, em uma tentativa de desacelerar o crescimento populacional para assegurar e fortalecer a infraestrutura e os serviços sociais essenciais.
Autoridades canadenses esperam um aumento na imigração irregular de pessoas que possam estar fugindo da nova política de deportação em massa, principalmente nas semanas que antecedem a posse de Trump, em 20 de janeiro de 2025. O Departamento de Imigração do Canadá já afirmou que seus sites registraram “um aumento no tráfego dos Estados Unidos”.
“Estamos em alerta máximo, […] com os olhos fixos na fronteira para ver o que vai acontecer”, disse Charles Poirier, porta-voz da Real Polícia Montada do Canadá.
*Sob supervisão de Sofia Pilagallo
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