Ela vê dinâmica bolsonarista como ‘pouco inteligente’ e fomentadora de um ambiente de impeachment
por Rodrigo Borges Delfim em 19/01/21 13:53
O caos no Amazonas em razão da Covid-19 ajudou a reforçar a hipótese de abertura de um processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pela má condução do caso.
A jurista e deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP), coautora do pedido que originou o processo de impeachment de Dilma Rousseff (PT) em 2016, ainda não vê crime de responsabilidade em relação ao presidente. No entanto, admite que está se formando um ambiente propício para esse processo.
“Não vejo por enquanto crime de responsabilidade, mas vejo a criação de um caldo de cultura pra isso”, disse a parlamentar em participação no programa Segunda Chamada, do MyNews, que foi ao ar nesta segunda-feira (18).
Janaina, que se elegeu deputada estadual pelo mesmo partido que levou Bolsonaro à Presidência, o vê cercado de pessoas “sem inteligência emocional”, o que agrava tal situação. Para exemplificar, cita a postura do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, de requisitar a integralidade da produção de vacinas sob a guarda do Instituto Butantan, diante do ato da primeira pessoa vacinada conta a Covid-19 no Brasil fora dos ensaios clínicos.
“Seria tão melhor e mais cabível reconhecer um acerto como o do governador de São Paulo e trabalhar junto. Eles não conseguem ter um comportamento de integração, nem por inteligência, nem por estratégia. Essa dinâmica bolsonarista colabora muito para um contexto de impeachment”.
Além da omissão em relação à Covid-19 no Amazonas, também são citados como passíveis da abertura de um processo de impeachement questões como os constantes questionamentos do presidente à democracia, a interferência em organismos como a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e a Receita Federal, entre outros elementos.
Uma iniciativa intitulada Termômetro do Impeachment já mapeou 108 deputados federais que se manifestaram abertamente a favor do afastamento de Bolsonaro e 53 contrários. Há ainda 352 que não se manifestaram sobre o tema.
Ao todo a Casa conta com 513 parlamentares e são necessários ao menos 342 votos para que o processo de impeachment seja aberto e siga para o Senado, que dá o parecer final.
Antes ainda é necessário que o pedido de impeachment de Bolsonaro seja colocado em votação pela Câmara dos Deputados. Há pelo menos 50 deles já feitos junto à Mesa Diretora. O deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ), que deixa a presidência da Casa em 1º de fevereiro, diz que o andamento fica para seu sucessor, mas considera “inevitável” que o processo seja discutido pelos parlamentares em um futuro próximo.
Em resposta à declaração de Maia, Bolsonaro disse na última sexta-feira (15) em entrevista ao jornalista José Luiz Datena, na TV Bandeirantes, que “só Deus” o tira do Palácio do Planalto.
“Só Deus me tira daqui. Me tirar na mão grande não vão tirar. Vou repetir aqui: que moral tem João Doria e Rodrigo Maia em falar em impeachment se eu fui impedido pelo STF de fazer qualquer ação contra a pandemia?”
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