Reformas tributária e administrativa são citadas como prioritárias
por Agência Câmara em 04/11/22 11:40
Palácio do Congresso Nacional na Esplanada dos Ministérios em Brasília - Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Líderes da base aliada do presidente Jair Bolsonaro e também de oposição avaliam que o diálogo com um leque amplo de partidos é a melhor alternativa para que o governo do presidente eleito Luís Inácio Lula da Silva consiga o apoio dos congressistas que tomam posse em fevereiro de 2023, para a aprovação de projetos importantes.
O líder do PT, deputado Reginaldo Lopes (MG), apontou que, com o resultado das eleições, a população espera a pacificação do País. Ele também ressaltou a necessidade de reconstruir o papel do Estado e a qualidade das políticas públicas em áreas como educação, assistência social e industrialização.
Sobre a relação entre o Congresso e o Poder Executivo a partir do ano que vem, Reginaldo Lopes acredita em uma aproximação do presidente eleito mesmo com partidos que não estiveram do lado dele na campanha.
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“Parte dos que foram eleitos nos partidos que apoiaram Bolsonaro são partidos que, historicamente, têm vocação para governar, ajudar a governabilidade”, disse Lopes. Ainda segundo ele, o PT pretende apresentar “um conjunto programático de ações para reconstruir o Brasil e estabelecer uma aliança com setores e partidos que apoiaram Bolsonaro, no desafio de chamar para ajudar nesse processo de travessia de reconstrução do País”.
‘Surpresa’
Na avaliação do deputado Claudio Cajado (PP-BA), vice-líder do governo no Congresso, a derrota do presidente Bolsonaro foi vista com surpresa, diante de uma campanha que enfatizou a liberdade econômica, o aumento do salário mínimo e a responsabilidade fiscal. Mas ele salientou a importância da negociação do próximo governo com os partidos no Congresso.
“Eu penso que o governo eleito – e as notícias dos jornais e das mídias já estão expressando isso – vai tentar compor com outras siglas partidárias e não apenas aquelas que estiveram na campanha eleitoral, para poder ter uma maioria na Câmara e no Senado, no intuito de ver implementadas as suas ideias e o seu programa de governo para os próximos quatro anos”, disse.
Na opinião de Cajado, se não houver uma atração de outros partidos que não foram aqueles que integraram a coligação do presidente Lula, ele terá grande dificuldade de aprovar as matérias.
Reformas
Um dos temas que devem constar da pauta do Congresso em 2023 são as reformas. O líder do PT na Câmara falou sobre a reforma tributária e sobre o diálogo com o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL).
“O Brasil precisa, sim, de algumas reformas. Por exemplo: eu acho hoje que a reforma no sistema tributário, ela é fundamental. O presidente Lula assumiu o compromisso de não cobrar Imposto de Renda até R$ 5 mil. Esse nosso sistema tributário, ele é regressivo, ele é indireto, ele não é direto, ele não é progressivo. Ele não cobra imposto dos super ricos, ele não cobra imposto sobre lucros e dividendos, então nós vamos conversar”, disse Reginaldo Lopes.
“É evidente que mudou a agenda do País com a eleição do presidente Lula e as reformas que nós compreendemos que são importantes, nós vamos dialogar com o atual presidente Arthur Lira ou com o próximo presidente”, disse Lopes.
Claudio Cajado, além de destacar a reforma tributária, citou também a reforma administrativa.
“Eu falaria também, em grande medida, de uma reforma político-eleitoral e também, num segundo momento, da reforma do Estado”, disse. Para o vice-líder do governo no Congresso, está demonstrado que o governo “está muito lento na sua forma de atuar, e, ao mesmo tempo, muito sobrecarregado em relação às suas despesas dos servidores da ativa e dos inativos. ”
Claudio Cajado afirmou apostar numa transição pacífica, abrangente e transparente entre o atual e o próximo governo. Reginaldo Lopes indicou que o governo Lula vai incentivar o diálogo com a sociedade, em uma linha de gestão participativa.
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