Genro dá algumas pistas sobre pensamento econômico de Lula

O ex-presidente Lula, se eleito, tem muitas frentes de batalhas pela frente. A maior delas promover a recuperação econômica que dê emprego e tire da miséria milhões de brasileiros. Para tanto terá que, primeiro, conciliar o pensamento econômico da ampla frente que se formou em apoio a sua candidatura. Quando o assunto é economia, a frente chega a reunir pensamentos até mesmo antagônicos.  Mas qual o pensamento econômico do ex-presidente?

O ex-governador Tarso Genro, do PT, seu amigo de longa data podar algumas pistas?

“Posso sim dar uma pista nessas questões”, diz Genro.

“Lula tem plena consciência que tem que fazer uma adequação do nosso programa aos novos tempos”, acrescenta.

E o que são esses novos tempos?

“Primeiro não tem mais uma hegemonia não impugnável por parte dos Estados Unidos”. O segundo ponto, diz Genro,  é que Estados Unidos, China, União Européia e África são os protagonistas centrais do próximo período.

Para Lula, sempre segundo Genro, o Brasil tem que estabelecer corredores de relações definidas e claras a partir de uma articulação aqui na América Latina.  “Inclusive na América do Sul em particular para conversar com essas fontes de poder mundial que são União Européia, Estados Unidos, China e Rússia”.

É preciso tratar pragmaticamente essas questões, sem fazer um alinhamento de princípio com qualquer uma dessas forças. “E buscar oportunidades de intercâmbio comercial, político, econômico e financeiro, sem os quais nenhum país consegue viver hoje”, diz. “Não existe mais possibilidade de uma autarquia governar um país e não ter relação com o mundo”.

Em relação à questão da unidade política do País, Genro diz que o ex-presidente sempre salienta que a frente política que deve orientar um governo no próximo período, é uma frente política que se paute exclusivamente pelas questões republicanas, democráticas que estão sendo ofendidas aqui no Brasil hoje.

O ex-presidente, se eleito,  vai fazer reformas anti-neoliberais? “Isto não está em pauta neste momento. E nem entrará em pauta a medida que não se tiver claro quais são as maiorias e minorias que vão dar apoio ao novo governo. O Lula está longe de ser um autocrata”.

Você pode ver a íntegra do programa no vídeo abaixo