Ministro da Saúde participou da abertura da 76ª Assembleia Geral da ONU juntamente com a comitiva brasileira. Na segunda (20), Queiroga fez gesto obsceno para pessoas que protestavam contra o governo Bolsonaro
por Juliana Cavalcanti em 21/09/21 23:10
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, testou positivo para Covid-19. Segundo informações da CNN Brasil, o ministro deve ficar em quarentena por 14 dias em Nova York. A Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) emitiu uma nota na noite desta terça (21), confirmando a informação.
Marcelo Queiroga participou na manhã desta segunda da abertura da 76ª Assembleia Geral das Organizações das Nações Unidas (ONU). Por tradição, o presidente do Brasil realiza o primeiro discurso após a abertura oficial do evento. Ainda segundo a CNN Brasil, a Secom explica que o ministro permaneceu o tempo todo de máscara e as demais pessoas da comitiva fizeram testes para Covid-19 e os resultados foram negativos. O teste positivo para Covid-19 do ministro da Saúde fez com que o Itamaraty suspendesse todas as reuniões agendadas na ONU esta semana.
No último sábado (18) foi divulgado que um integrante da comitiva brasileiro enviado para preparar a viagem do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para participar da abertura da 76ª Assembleia Geral das Organizações das Nações Unidas (ONU) também testou positivo. O diplomata viajou para Nova York antes da comitiva presidencial e teve contato com pelo menos 30 pessoas, entre brasileiros e estrangeiros.
Na noite de segunda (20), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, mostrou o dedo do meio para manifestantes que protestavam em frente a residência da missão brasileira junto às Nações Unidas contra o presidente Jair Bolsonaro. Um grupo de pessoas gritava palavras de ordem em frente ao local onde a comitiva brasileira havia jantado. Já dentro da van que transportou a comitiva de volta ao hotel, o ministro respondeu aos manifestantes com o gesto obsceno. As imagens foram gravadas pelas pessoas que estavam no local. Jair Bolsonaro chegou a fazer imagens da manifestação e postou nas redes sociais chamando grupo de “meia dúzia de acéfalos”.
Em seu discurso na abertura da 76ª Assembleia Geral das Nações Unidas nesta terça (21) o presidente Jair Bolsonaro mentiu sobre várias informações a respeito da vacinação no Brasil e sobre a situação da conservação ambiental e da Amazônia. O presidente brasileiro defendeu o tratamento precoce para a Covid-19, a família tradicional e atos a favor do próprio governo. Também disse que o Brasil “está há dois anos e oito meses sem qualquer caso concreto de corrupção”.
“Todo o discurso do presidente hoje foi todo voltado para a sua base mais apaixonada de seguidores. A popularidade do Bolsonaro está em torno de 25%, talvez uns 10% ou 15% seja o grupo de maior aderência aos seus discursos. A fala foi mais para o grupo doméstico do que para o público internacional. Normalmente os presidentes fazem um discurso mais pautado na política externa, no desenvolvimento econômico e na paz e não sobre controvérsias internas do país”, explicou o cientista político e professor de Relações internacionais da UERJ, Maurício Santoro.
Santoro ressaltou que o presidente fez ataques a imprensa, mostrou mais uma vez sua visão conspiratória da história brasileira sobre o comunismo e falou diretamente para o pequeno grupo “mais aguerrido” que o segue. “Isso é algo que ressoa para o pequeno grupo mais aguerrido, mas está desconectada da realidade da maioria da população brasileira hoje, que vive uma situação de crise econômica, desemprego e inflação”, pontuou.
Jair Bolsonaro é o único líder do grupo de países mais ricos do mundo, o G-20, que não se vacinou contra o Covid-19. Em encontro com o primeiro ministro do Reino Unido, Boris Johnson, na segunda, o presidente brasileiro voltou a dizer que não pretende se vacinar.
“Uma das principais críticas que se faz hoje no mundo é à gestão da pandemia pelo presidente Bolsonaro. Estamos em números oficiais com quase 600 mil mortos, um número extremamente elevado na comparação com outros países. Essa aversão do presidente à vacinação é algo fora do padrão. Ontem mesmo ele levou uma bronca do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, que o aconselhou a se vacinar. Mas não é uma atraso do Brasil. São as posições do presidente Bolsonaro. Na verdade, o índice de vacinação dos brasileiros como um todo está muito alto, acima de países ricos e desenvolvidos. Apesar do discurso crítico do Bolsonaro às vacinas, a população não comprou esse argumento e está se vacinando em massa. Esse número só não é maior por questões de logística, falta de vacinas e insumos”, considerou Maurício Santoro.
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